5 maravilhas arquitetônicas para visitar virtualmente

Um passeio, sem sair de casa, por monumentos emblemáticos de países que decretaram confinamento pelo #FiqueEmCasa
Mais de um terço do mundo está confinado, em maior ou menor grau, por causa da pandemia de Covid-19. Isso significa que diversas joias da arquitetura, testemunhos do engenho humano, estão vazias, sem receber sua tradicional multidão de visitantes todos os dias.
Para matar a vontade de viajar, de vê-las de perto, selecionamos cinco obras-primas da arquitetura e da engenharia em cinco países que decretaram medidas de isolamento social. Todas elas são patrimônio mundial da Unesco e todas podem ser visitadas virtualmente. Vamos lá?
Taj Mahal, Índia

Este mausoléu construído há quase 400 anos em Agra, em Uttar Pradesh, estado mais populoso da Índia, é um dos monumentos mais famosos da Terra. Foi erguido por ordem do imperador muçulmano Shah Jahan, da dinastia mogol, em homenagem a sua esposa, conhecida como Mumtz Mahal, que morreu no parto do 14º filho do casal. O que distingue o conjunto, de 17 hectares e formado por jardins, o palácio principal/túmulo, uma mesquita e outros edifícios, é seu extremo ecletismo. Além de elementos da arquitetura muçulmana, como as formas ogivais de portas e janelas, os minaretes e as grandes abóbodas em forma de cebola que coroam cada um dos palácios, há entalhes e decorações de estilos hindu (como a presença constante de elementos que remetem à flor de lótus), persa e turco.
Coberto de placas de mármore, o Taj Mahal está assentado sobre um grande lodaçal às margens do rio Jamuna. Para que a estrutura resista às cheias anuais, durante as monções, as fundações de todo o sítio tiveram de ser excepcionalmente profundas, avançando por 15 metros terra adentro. A simetria aparente foi buscada pelo arquiteto Ustad Ahmad Lahori nos jardins e na estrutura da maior parte dos edifícios. As torres e paredes foram construídas com ligeiríssimas inclinações em relação ao eixo de 90º, justamente para, vistos de longe, darem a impressão de verticalidade absoluta. Este verdadeiro tesouro recebe até oito milhões de visitantes todos os anos. Clique aqui e veja de perto o Taj Mahal virtualmente.
Chichén Itzá, México

Originalmente construída no século IV, a cidade pré-maia foi reconfigurada como um centro cerimonial nos anos 900 por esta importante civilização do atual território que se espalha pela Península de Yucatán, no Sul do México, e pela Guatemala. Grande parte das construções originais, acreditam historiadores, foi destruída ao longo dos séculos, restando a majestosa pirâmide que abriga o templo de Kukulkán, os templos do Jaguar, do Jogo da Pelota, de Vênus, das Mesas, dos Guerreiros e uma série de outras edificações, algumas em ruínas.
A beleza e a potência da arquitetura de grandes dimensões desenvolvida por essa civilização salta aos olhos. Grandes conhecedores da matemática, os maias atingiram seu esplendor criativo no templo principal. Pirâmide perfeitamente simétrica de 55,5 metros de largura em cada base, por 24 metros de altura, dispõe de uma escadaria de 365 degraus, um para cada dia do ano, que leva até o salão de adoração ao deus Kukulkán, no alto. Uma balaustrada de pedra corre paralelamente à escadaria, com efígies do deus homenageado na sua base. No equinócios de primavera e outono, todos os anos, os raios solares se projetam exatamente sobre essa balaustrada, formando a imagem de uma serpente, símbolo de Kukulkán. Na página do Instituto Nacional de Antropologia do México é possível fazer a visita virtual.
Angkor Wat, Cambodja

Este enorme templo, edifício principal de um antigo complexo – originalmente hindu, depois budista – foi erguido na região de Siem Reap no século XII. Historiadores chineses do século XIII relataram que a construção foi tão rápida – 37 anos para moldar uma área de 1,3 milhão de metros quadrados – que circulava uma lenda sobre a engenharia divina do lugar. Para os antigos khmers, o império sob o qual surgiu Angkor Wat, os deuses teriam sido os responsáveis pela construção, em apenas uma noite.
Até hoje, apesar de ter se transformado na atração turística mais visitada do Cambodja, com coisa de 1,5 milhão de visitantes por ano, o sítio mantém seu significado religioso. Mesmo após o abandono da maior parte do complexo, no século XVI, monges budistas continuaram a habitar e praticar serviços religiosos no templo principal, Angkor Wat, continuamente.
Concebidos não para a visita de fiéis, mas para que os deuses ali pudessem morar, os templos khmer eram frequentados unicamente pela elite política e religiosa. Angkor Wat também abriga as tumbas dos reis daquela dinastia. Por tudo isso, houve uma preocupação cênica por parte dos arquitetos responsáveis pela obra. O objetivo era deslumbrar e fazer o observador sentir-se num lugar celestial. A cosmologia hindu se reproduz nos elementos: um lago ao redor do conjunto evoca os oceanos, fonte da vida, e os terraços e torres – harmoniosamente dispostos, de modo que, conforme o visitante se aproxima, nenhum elemento obstrui a vista dos outros – evocam florestas, a terra e o Monte Meru, uma montanha mitológica que representa o centro de todos os universos nas culturas hindu e budista.
O projeto Google Earth mapeou todo o recinto e disponibilizou uma visita virtual que você pode conferir aqui.
Alhambra, Espanha

Magnífico palácio e fortificação árabe localizado na Andaluzia, no Sul da Espanha, representa o auge da arquitetura islâmica na Península Ibérica. Sua construção teve início no século XIII, durante o reinado de Muhammad Ibn Nasr, ou Muhammad I, fundador da dinastia nacérida e do próprio Reino muçulmano de Granada. Arquitetonicamente, o que distingue essa medina (cidadela fortificada) são, sobretudo, os seus deslumbrantes interiores.
Pátios árabes repletos de fontes e jardins, entalhes em mármore, os riquíssimos muqarnas – decorações de tetos em gesso ou madeira em forma de rendado ou favo de mel – causaram, ao longo dos séculos, tamanha impressão nos visitantes que, mesmo após o início da ocupação cristã, no século XV, a construção não foi alterada pelos reis católicos que substituíram o califado, apenas incorporando novos palácios e igrejas ao conjunto.
Com vistas para a Serra Nevada e para o bairro medieval árabe de Albayzín, em Granada, é um dos sítios históricos mais visitados na Espanha. E pode ser visto virtualmente em fotografias e com uma ampla descrição dos seus diversos elementos.
Pirâmides de Gizé, Egito

Os mais antigos membros da nossa lista são, também, os mais enigmáticos e poderosos, cercados de lendas e teorias. Construídas como tumbas reais no auge da civilização egípcia antiga, durante a Quarta Dinastia, a partir de 2.500 a.C., as famosas pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos ganharam fama há milhares de anos, já durante o período helenístico, e simbolizam, como poucas obras humanas, o engenho e a permanência.
Não são, porém, as únicas. Há centenas de pirâmides conhecidas espalhadas ao longo do curso do Rio Nilo, algumas em ruínas, outras muitas erodidas pelos séculos. A Grande Pirâmide, a de Quéops, abriga o túmulo do rei de mesmo nome – segundo uma das lendas, um tirano que obrigou centenas de milhares de pessoas a trabalhar ao longo de décadas, em troca só de comida, água e cerveja, para erguê-la.
Não há consenso sobre o método exato para arrastar os blocos por quilômetros deserto adentro e subi-los para formar a estrutura piramidal de 146 metros de altura – só superada 38 séculos depois da sua finalização pela Catedral de Lincoln, na Inglaterra, inaugurada em 1311 e com 160 metros. Por isso, até mesmo "teorias" sobre a origem extraterrestre desta e das outras pirâmides vêm sendo alimentadas há décadas.
Tanto a Grande Pirâmide como as outras estruturas da planície de Gizé, incluída a Esfinge, podem ser visitadas virtualmente, clicando em cada um dos quadros correspondentes às atrações. Divirta-se e deslumbre-se.
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