
@isaque_criscuolo
Como cuidar da saúde mental na internet em 2025

Confira cinco dicas para estabelecer uma relação criativa mais equilibrada e saudável com as redes sociais
Para o sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman, conhecido pela teoria da modernidade líquida, vivemos um momento de "crise de atenção". Nunca produzimos tanto conhecimento, mas também nunca estivemos tão dispersos e incapazes de absorver tudo isso.
É também o que o físico espanhol Alfons Cornellá chama de "infoxicação", um "envenenamento" de informação provocado pelo constante uso de aparelhos conectados à internet.
Ao fim do dia, especialmente se você trabalha com criatividade, é normal sentir fadiga, ansiedade e dúvidas diante de tantos estímulos. Mas será que existe uma solução?

Segundo o criador de conteúdo e educador Tiago Henriques (@tiagorhenriques), especialista em desenvolvimento pessoal e criatividade, a solução está em "refletir melhor sobre como a informação nos afeta diariamente".
Ele acredita que é preciso utilizar o equilíbrio para botar a mão na massa e encontrar um ritmo saudável (de criação e consumo) que respeite sua rotina e saúde mental.
Para ajudar você a estabelecer uma relação mais equilibrada e saudável com conteúdos online, redes sociais, e com o seu próprio processo criativo, Tiago compartilha abaixo cinco dicas essenciais para começar 2025 transformando a internet em um ambiente mais criativo.
1. Consuma informação online de forma mais consciente
Além de passarmos muito tempo online, costumamos acessar milhares de informações em sites e redes sociais que possuem a retenção como principal objetivo.
"Você vai gastar mais tempo naquela plataforma, afinal ela foi criada com este propósito. Estar consciente deste processo é o primeiro passo para mudar sua relação com a internet. É você quem manda!", lembra Tiago Henriques.

E o especialista acrescenta: "Escolha melhor os sites e perfis que seguirá, assim como o tipo de conteúdo e o tempo que gasta em cada uma das plataformas que usa diariamente. Consumir informação de forma mais consciente, utilizando um critério para filtrar, influencia o processo de criação. Afinal, são coisas que andam juntas".
2. Não se compare com o outro
Quando estamos nas redes sociais, a tendência é nos compararmos com outras pessoas que estão compartilhando seus trabalhos e processos criativos.
Essa comparação surge tanto no âmbito profissional quanto no pessoal, pois é fácil achar que enquanto descansamos, outras pessoas estão criando e correndo na frente. Mas, de acordo com Tiago, "essa não é a verdade".
"Criamos narrativas o tempo todo - especialmente online - e não temos acesso a tudo o que acontece na vida do outro como dificuldades, erros, desafios. Só vemos as vitórias. Um post é só uma pequena parte da rotina de alguém, não a totalidade", afirma.

Nosso cérebro processa tudo através de associações e conexões, comparando tudo ao nosso redor. Quanto mais cedo aprendermos a desligar esse "músculo", melhor. O seu processo (e tempo) é único e particular, não deve ser comparado ao de outra pessoa.
3. Ressignifique a comparação
Tiago sugere: "Em vez de lembrar daquela pessoa que você admira e pensar 'putz, sou horrível, não estou criando nada', que tal pensar sobre o processo criativo dela? Como essa pessoa faz isso? Como é possível aprofundar tal conhecimento? Como posso adaptar isso para minha realidade e criar algo legal? Por qual motivo esta pessoa me inspira? Como posso aprender através dela?".
Tente transformar sentimentos negativo como culpa, ansiedade e cansaço em maneiras para aprimorar não só o olhar sobre o seu processo criativo, mas tudo ao seu redor. Aprendemos observando e, como já falamos, comparar não ajuda a criar.

4. Nem tudo é essencial. Questione!
Vivemos um momento bastante competitivo com milhares de pessoas produzindo conteúdo online ao mesmo tempo.
Marketing digital, ilustração e finanças, por exemplo, estão na mesma esteira de competição do vídeo de gatinho ou de alguém dançando. Está todo mundo querendo chamar a sua atenção, desesperadamente!
"Dessa forma, os conteúdos são pensados para nos atrair, com títulos como '3 coisas que você não está fazendo para ser criativo' ou '5 coisas que você deve fazer para ter sucesso'. Ao fim do dia, a sensação é de que todos esses conteúdos são importantes, imperdíveis, essenciais. Mas, não são!", alerta o criador de conteúdo.

A solução, garante Tiago, "é refletir e questionar: será mesmo que isso aqui é verdade? Será que é realmente essencial? Será que preciso fazer todas essas cento e dezessete coisas antes de começar o meu projeto? Use o bom senso para filtrar o que é relevante e não cair em todos os gatilhos que passam por você".
5. O fracasso faz parte do processo
Por fim, lembre-se que todo processo criativo depende de erros, falhas e muito tempo investido.
Normalmente não compartilhamos o fracasso nas redes sociais, "daí a sensação de que está todo mundo em um castelo lindo enquanto você constrói o alicerce", diz o especialista.

"Estamos todos em um longo processo, o tempo todo. Confie no seu tempo!", conclui Tiago Henriques.
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Ilustrações por @maja_dabek.
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