Por que todos os piratas utilizavam a mesma bandeira?

Descubra a história da bandeira Jolly Roger, a poderosa imagem de marca dos piratas
Imagine estar cruzando os oceanos em um navio mercante quando de repente, à distância, um barco iça uma bandeira: é preta, com uma caveira e uma cruz de ossos brancos no centro. Basta olhar para ela e você já sabe o que significa: há uma embarcação pirata à sua frente que, com certeza, está disposta a atacá-lo.
Aquela que conhecemos com a clássica bandeira pirata recebe o nome de Jolly Roger. Seu uso se difundiu durante o século XVIII, tornando-se rapidamente o símbolo de diferentes tripulações de piratas oceano afora. Por que esse design se popularizou entre todos os piratas? A resposta é simples e ao mesmo tempo complexa: devido à capacidade do design e do branding de influenciar pessoas. Descubra a história neste vídeo:
Uma marca capaz de transmitir mensagens e emoções
Diz-se que o nome Jolly Roger vem do francês "Joli Rouge" ("Bonito Vermelho") em referência à bandeira vermelha usada pelos corsários franceses, mas a origem do nome e do design original nunca foram confirmadas. As primeiras aparições da Jolly Roger remontam ao início do século XVIII. Seu objetivo era o de comunicar: ao ser içada, anunciava a presença dos piratas e provocava terror em suas vítimas.
Uma das primeiras versões foi a do pirata francês Emanuel Wynn, cuja bandeira consistia em um crânio, ossos cruzados e uma ampulheta, que representava o tempo se esgotando para seus inimigos.

Esses símbolos foram adotados pelas diferentes tripulações que cruzavam os mares na época, que os adaptavam à sua identidade e usavam a própria versão. Outra das bandeiras mais famosas foi a do pirata Jack Rackham, que usava uma caveira sobre duas espadas cruzadas em vez de dois ossos, ou a de Stede Bonnet, que tinha uma caveira, um único osso, uma faca e um coração, simbolizando os extremos da justiça pirata.
Além dos desenhos que apareciam nelas, suas cores também transmitiam mensagens: uma bandeira preta significava que a tripulação teria piedade do navio que estava prestes a abordar, enquanto uma vermelha informava que não haveria clemência no ataque e tampouco fariam prisioneiros.

Mas por que os piratas usavam uma bandeira que, à primeira vista, os identificava como deliquentes e avisava suas vítimas do ataque?
O objetivo dos piratas era capturar o navio inimigo intacto: quanto mais espólios pudessem conseguir, melhor. Aterrorizando primeiro a tripulação do navio que desejavam atacar, os piratas eram capazes de realizar uma abordagem com pouca resistência, pequena perda de material humano, munição e esforço.

A eficiência do branding para as marcas
Não está claro como a caveira e os ossos foram escolhidos como símbolos da pirataria, mas a decisão de adotar esse design por tripulações ao redor do mundo foi uma ótima estratégia de branding. Toda bandeira pirata tinha um logo facilmente reconhecível, cores específicas e símbolos claramente associados à sua indústria: a pilhagem e a morte.
O design tinha tanta força que até as tripulações analfabetas entendiam perfeitamente seu significado. De fato, como cada tripulação criava sua própria versão, comparou-se esta bandeira ao logo mutável do Google, outro exemplo de identidade de marca híbrida.

O sucesso desta bandeira estava em sua eficiência comunicativa, um aspecto vital em todo design de marca. Sua utilização no decorrer dos anos e o fato de ter se tornado o símbolo da pirataria que perdura ao longo da história demonstram o poder do branding sobre a sociedade, embora para nós pareça um conceito totalmente moderno.

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