Thiago Peixoto

Thiago Peixoto

Belo Horizonte, Brazil

Thiago Peixoto

O interesse pela música e o começar a tocar aconteceram praticamente ao mesmo tempo na vida de Thiago Peixoto. Adolescente ainda, ele começou a trabalhar no estúdio de seu tio Luiz Peixoto (que era também guitarrista da Dib Six, banda especializada em música negra e discoteca, outra forte influência em sua formação). Enquanto desvendava os segredos de um estúdio de ensaio e gravação, Thiago aproveitava as horas de folga para aprender a tocar bateria, como ele mesmo relata: “Nos momentos livres, eu colocava uns discos dos Beatles, em vinil mesmo, e ficava tentando imitar a batida do Ringo. Tinha 13 anos quando comecei”.
Sua primeira experiência com outros músicos ao vivo, coincidentemente, foi junto a uma banda que tocava o repertório dos Beatles. A banda não teve vida longa, mas em pouco tempo Thiago iniciava laboriosa carreira nos estúdios belo-horizontinos. Durante três anos trabalhou como assistente no estúdio do Skank, participando de gravações da banda (como o disco “Cosmotron”) e de outros artistas (Lô Borges, Noivo da Lu/Alexandre Lopes, Chaparral), ao lado de Tom Capone e Rubens de Souza, entre outros renomados produtores. “Nesse período trabalhei predominantemente na produção musical, gravando, mixando, experimentando e desenvolvendo os recursos, aprimorando a técnica. Não tive como continuar com a bateria, pois o estúdio consumia muito o meu tempo”, considera.
Se precisou ‘encostar’ a bateria, a experiência no estúdio, entretanto, abriu novas possibilidades musicais, como a criação em teclados eletrônicos e a expertise em produção sonora, qualidades colocadas em prática na feitura de “Interseção”. “Eu conheço bem a parte técnica dos recursos, fiz gravações de todo tipo de música, incluindo trilha sonora e jingle”, diz. Aptidão que é imprescindível a um produtor e um acréscimo bem-vindo para um compositor e instrumentista. Thiago agrega essas qualidades em seu trabalho autoral, ciente de como cada música pode soar e ser percebida nos mais variados suportes.
Por essa época Thiago Peixoto começou a idealizar alguns projetos autorais, mas precisou interromper o processo para voltar a tocar e, novamente, de forma intensa e ininterrupta. “Toquei durante muito tempo com muitos artistas e bandas”, conta, citando, entre outros, Vander Lee, George Israel (Kid Abelha), a cantora mineira Érika Machado, com quem viajou em turnês, e a banda Putz Grila, da qual foi baterista por longos 14 anos.
O Handpan como instrumento essencial
Thiago Peixoto se identifica como um baterista que tem competência para tocar qualquer instrumento de percussão, embora não seja percussionista de profissão. Para compor, ele utiliza o próprio handpan e teclados eletrônicos. “Como trabalho frequentemente com música pop, desenvolvi minha capacidade de compor, elaborar sons e ritmos e a minha habilidade no teclado”, afirma. Além disso, participou do curso Engenharia de Áudio e Produção Musical, ministrado por César Santos (pela Faculdade Berkley de Música/EUA) e estudou bateria na Bituca - Faculdade Livre de Música, em 2011.
Mas, hoje, ele sublinha, seu principal instrumento é o handpan (instrumento metálico e cilíndrico à semelhança de um disco voador, que começou a ser difundido somente neste século). O músico conta que a paixão pelo som do handpan surgiu de sua relação com o yoga e a meditação, iniciadas há oito anos (Thiago é também professor de yoga). “O handpan está intimamente relacionado à prática do Yoga e da meditação. É um instrumento que inspira calma, introspecção, cura”, define. Em relação ao nome do álbum, vale destacar que a imagem que designa o “Conjunto Interseção” representa também a formatação do handpan (dois objetos cilíndricos que, aproximados, resultam num objeto oval).
O músico diz que em sua maioria os handpan players têm mesmo uma identificação mais holística, mais introspectiva. “Mas no meu caso, não. Apesar de gostar também da música relacionada à saúde física e mental, tenho uma forte ligação com os ritmos da música brasileira. Um propósito meu é utilizar o handpan junto a esses ritmos e à música pop”, conclui. Thiago Peixoto é um dos poucos handpan players (“tocador” de handpan) em atividade profissional no Brasil.

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