Download grátis: manual de câmera DSLR para iniciantes

Descubra como utilizar uma câmera DSLR e tirar o melhor proveito do equipamento, com as dicas de um profissional
Se você está começando no universo profissional da fotografia e do vídeo, sem dúvidas precisará de uma câmera DSLR. Este é o tipo mais utilizado no mercado por seu tamanho e possibilidade de troca de lentes, proporcionando mais liberdade para quem está fotografando.
Rafael Jacinto (@rafajacinto), fotógrafo e filmmaker brasileiro, domina o assunto e já trabalhou para grandes clientes como Nikon, Nike e Converse. Em seu trabalho, utiliza técnicas e segredos para contar histórias únicas através das lentes da criatividade.
Ele começou a carreira como fotojornalista no extinto jornal Notícias Populares (1999), fez parte da equipe que fundou o jornal Valor Econômico (2000) e fundou o coletivo Cia de Foto (2004 -2014). De 2014 a 2018 trabalhou com sua própria produtora de conteúdo digital, em São Paulo. Desde 2019 vive em Milão, na Itália.

Em 2009, começou a trabalhar também como diretor de cena em filmes publicitários e corporativos, além de seus próprios projetos artísticos. Essa data coincide com o lançamento da primeira câmera DSLR com a função video.
O sensor fullframe, a portabilidade, qualidade da imagem e a intimidade com o equipamento mudou o pensamento em relação a produção de filmes. Tornou-se possível produzir vídeos com muita qualidade com a mesma câmera que fotografava.
No arquivo que o fotógrafo e filmaker compartilha ao final do post, você encontrará informações exclusivas presentes no curso Criação de minidocumentário com câmera DSLR. Mas, antes de baixar o arquivo, confira algumas informações úteis sobre ISO e sensores de câmera.
O que é sensitometria?
Sensitometria é o estudo científico de materiais sensíveis à luz como, por exemplo, filmes fotográficos. Na fotografia digital, o sensor da câmera é o equivalente eletrônico do filme fotográfico.
Para entender a sensitometria em um contexto digital, primeiro é preciso entender como funciona um sensor de câmera. Depois, examinaremos as diferenças entre gravar vídeos em RAW, LOG e Rec. 709 antes de examinar a faixa dinâmica e o ISO.
O que é um sensor de câmera?
Um sensor de câmera é uma peça de hardware dentro de uma câmera que recebe e transmite informações para criar uma imagem. É feito de milhões de cavidades chamadas “photosites”. Quando o obturador da câmera é aberto, esses photosites se abrem e capturam fótons, que são armazenados como sinais elétricos que o processador da câmera lê e interpreta.
Essa informação então é agrupada para formar uma imagem numa escala de cinza (greyscale image). Para capturar imagens coloridas, um filtro Bayer deve ser posicionado sobre cada photosite para determinar a cor das imagens.

Filmagem Raw
A filmagem RAW consiste em dados do sensor da câmera, não sendo um formato de vídeo. Esses dados retêm todos os detalhes, cores originais, iluminação e imagens de alta qualidade que a câmera produz, o que quer dizer que podemos fazer edições muito precisas antes de converter a filmagem para o formato de vídeo para visualização, armazenamento ou modificação posterior.
A filmagem RAW (crua) recebe esse nome porque ainda não foi processada e, portanto, seus arquivos também têm um tamanho muito maior.
Filmagem LOG/Flat
A filmagem logarítmica, mais conhecida como LOG, é um formato de vídeo semiprocessado e de menor formato comparado ao RAW. Este modo de gravação captura realces, sombras e brancos com a mais alta faixa de precisão. No entanto, as cores aparecerão desbotadas e será necessário fazer a correção de cor na pós-produção.
Diretores de fotografia usam LOG para capturar o máximo de informações possíveis acerca de sombras e outros detalhes, sabendo que as cores podem ser refeitas na pós-produção, enquanto estes outros detalhes não. Tanto RAW quanto LOG são projetados para extrair o máximo de informações do sensor de imagem.

Rec. 709
Rec. 709 é um formato de vídeo processado. Embora não ofereça tanta flexibilidade na pós-produção e a qualidade não seja tão alta, produz imagens com cores mais realistas e boa saturação. Comparado ao LOG, o tamanho do arquivo também o torno mais fácil de ser trabalhado.
Essa é uma boa opção se você não quiser editar muito a sua filmagem na pós-produção. Por outro lado, para quem deseja mais controle das cores, é melhor filmar em LOG.
O diretor de fotografia David Curto (@davidcurto), professor de Direção de fotografia cinematográfica avançada na Domestika, usa um bolo como analogia para explicar as diferenças. A filmagem RAW ou LOG é como os ingredientes ou o bolo antes de ser levado ao forno, ponto em que ainda podemos adicionar ingredientes e mudar algumas coisas. Rec. 709 é o bolo: quando já estiver assando, será mais difícil de alterá-lo.
Curto complementa, "se olharmos para as curvas de gama, exibidas em forma de onda, podemos ver que a filmagem em LOG possui ondas mais ondas comprimidas se comparada ao Rec. 709, onde vemos a informação se expandir".

Profundidade de Bits
A profundidade de bits se refere a quantas cores exclusivas são armazenadas em uma imagem em termos de 0s e 1s, ou "bits", usados para especificar cada cor. Quanto maior a profundidade de bits de uma imagem, mais cores ela pode armazenar.
A imagem mais simples, de 1 bit, pode mostrar apenas duas cores: preto e branco. Para uma imagem numa escala de cinza, a profundidade de bits quantifica quantos tons exclusivos estão disponíveis. A filmagem RAW tem uma profundidade de bits maior em comparação com o LOG. Isso também afeta o tamanho do arquivo: mais bits = mais informações = arquivo maior.
Faixa Dinâmica
Na fotografia, a faixa dinâmica descreve a faixa de gradiente entre as intensidades máximas de luz (branco e preto, respectivamente) mensuráveis. O tamanho dos photosites que compõem um sensor de câmera, assim como a forma como seu conteúdo é medido, determina a faixa dinâmica de uma câmera digital. Curto explica que o olho humano possui uma faixa dinâmica de cerca de 20 ou 25 f-stops.
“Hoje, as câmeras profissionais geralmente têm uma faixa dinâmica de aproximadamente 14 ou 15 f-stops, enquanto as câmeras mais acessíveis têm faixas dinâmicas de 8, 10 ou 12 f-stops, dependendo da marca, modelo e ano de fabricação", acrescenta.

Como o ISO afeta a faixa dinâmica?
O ISO controla a sensibilidade da câmera à luz. Condições mais claras exigem ISOs mais baixos e condições mais escuras exigem ISOs mais altos. No entanto, ISOs mais altos também podem impactar a qualidade da imagem - a câmera captará mais ruído digital e isso afetará a faixa dinâmica.
Quanto mais ruído sua câmera capta nas sombras, menos detalhes ela será capaz de extrair dali.
O que é sensibilidade ISO em fotografia?
Na fotografia analógica, o ISO (antes chamado de ASA) indica quão sensível à luz um rolo de filme é. Embora a maioria das câmeras modernas não use mais filme, o termo ficou e agora se refere à sensibilidade do sensor de uma câmera em relação à luz.
Ao lado da velocidade do obturador e da abertura, o ISO é uma das configurações fundamentais a serem entendidas quando tiramos fotos digitais.
Neste vídeo, Giulia Candussi explica o que é o ISO e como você pode usá-lo em fotografias digitais para alcançar os melhores resultados possíveis. Assista!
Manual para trabalhar com uma câmera DSLR
Neste arquivo compartilhado por Rafael Jacinto, você encontrará um breve manual gráfico que mostra como funciona uma câmera DSLR, seus sensores e as diferenças em resolução.
Clicando no botão abaixo, você encontrará um arquivo em formato .pdf na pasta Downloads do seu computador, com Manual para trabalhar com uma câmera DSLR, de Rafa Jacinto.
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U2_01_Câmera DSLR.pdf
Se você estiver interessado em aprender mais sobre este conteúdo, poderá fazê-lo inscrevendo-se no curso Criação de minidocumentário com câmera DSLR, no qual aprenderá a desenvolver um projeto audiovisual completo, partindo do roteiro até a pós-produção, utilizando uma câmera fotográfica digital.
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