10 livros infantis essenciais e suas adaptações ao cinema

Grandes histórias que passaram do papel para a telona
Muitos acham que um filme, por melhor que seja, nunca atingirá a glória de um bom livro. Nesta lista, selecionamos algumas histórias infantis favoritas de todos os tempos e suas adaptações ao cinema, que, na maioria dos casos, tentaram fazer justiça às obras originais.
As aventuras de Pinóquio, de Carlo Collodi e ilustrações por Enrico Mazzanti(1883)
Os filmes: Pinóquio (Norman Ferguson, T. Hee y otros, 1940); Inteligência Artificial (Steven Spielberg, 2001)
Um homem constrói um boneco que, por arte mágica, vira um menino de verdade, que terá que aprender sobre valores e moral. Embora tenham sido realizadas quase vinte adaptações cinematográficas, o filme clássico da Disney é uma referência da história da animação. É baseado na obra do jornalista e escritor italiano Carlo Collodi, na qual Pinóquio é um ser um tanto mais arrogante e violento do que no filme.
A versão "robótica", por seu lado, foi um projeto no qual Stanley Kubrick trabalhou por quase duas décadas, mas que não viu concluído pois morreu antes da finalização. Kubrick entregou notas de produção exaustivas a Spielberg, que finalmente optou por colocar no filme elementos mais sombrios do que o inicialmente planejado.

A fantástica fábrica de chocolate, de Roald Dahl (1964)
Os filmes: A fantástica fábrica de chocolate (Mel Stuart, 1971; Tim Burton, 2005)
Uma criança pobre cumpre o sonho de visitar a fábrica secreta de seu confeiteiro favorito. O romance de Dahl teve diferentes ilustradores em suas várias edições e foi adaptada duas vezes ao cinema. Dahl, escritor britânico, ficou parcialmente encarregado de escrever o roteiro que adaptaria a história em 1971. Porém, ficou muito decepcionado com o resultado final, pois tinha diferenças demais no desenvolvimento dos personagens, em especial dos antagonistas. A adaptação de Burton é mais fiel aos detalhes do livro, mas não foi bem recebida pela crítica.
Matilda, de Roald Dahl e ilustrações por Quentin Blake (1988)
O filme: Matilda (Danny DeVito, 1996)
Uma menina descobre que pode mover objetos com a mente (telecinésia) e decide castigar os adultos que a maltratam e encontrar uma nova família). Mais uma vez, Dahl usa a figura infantil para pôr em perspectiva a maldade e o abuso. O filme é uma ótima adaptação do livro, embora na história original o irmão de Matilda não seja o vilão que o filme retrata. Dahl também não gostou dessa versão cinematográfica.

Onde vivem os monstros, escrito e ilustrado por Maurice Sendak (1963)
O filme: Onde vivem os monstros (Spike Jonze, 2009)
Uma criança incompreendida termina transformado em rei dos monstros, até empreender uma viagem de arrependimento para retornar a casa. A adaptação demorou cinco anos para ser produzida e projeta de forma genial as emoções e sentimentos que transformam um menino em um rebelde que se perde. Quando Sendak - que, além disso, produziu o filme - foi perguntado a respeito do que ele achava dos pais que se preocupavam porque o filme seria "sombrio demais" para as crianças, disse que, na sua opinião, eles "podiam ir para o inferno".

A invenção de Hugo Cabret, escrito e ilustrado por Brian Selznik (2007)
O filme: A invenção de Hugo Cabret (Martin Scorsese, 2011)
Inspirada na vida de George Méliès, narra as aventuras de um órfão que rouba para sobreviver, na busca do único legado que seu pai o deixou. Trata-se do primeiro filme em 3D do cineasta norte-americano. Por esse drama épico steampunk, Scorsese recebeu 11 indicações ao Oscar e ganhou cinco.

A pequena sereia, de Hans Christian Andersen (1837)
Os filmes: A pequena sereia (Ron Clements e John Musker, 1989); Ponyo (Hayao Miyazaki, 2008)
A história de um ser marinho que convive com o universo terrestre a partir de diferentes ângulos: o conhecimento, a amizade e o erro. As adaptações ao cinema mais célebres não contam a mesma história comovente do célebre contista dinamarquês. Embora a adaptação ao cinema mais famosa seja da Disney, a de Miyazaki é uma versão espetacular que vale a pena conhecer: oferece uma perspectiva linda a respeito do ser humano e sua relação com a natureza.
Coraline, de Neil Gaiman e ilustrações por Dave McKean(2002)
O filme: Coraline (Henry Selick (2009)
Uma garota que vive obcecada com uma realidade mais emocionante que a sua, se translada a uma dimensão paralela em que tudo é legal… até que sua mãe decide costurar um par de botões nos seus olhos. Esta adaptação de uma história de terror infantil é uma das grandes referências da animação no cinema; porém, seus produtores tiveram muita dificuldade para encontrar financiamento para um filme em stop motion, com muitas façanhas técnicas em 3D. De modo geral, Gaiman gostou do filme e ficou contente que mais pessoas pudessem conhecer a mensagem principal da história: ser valente não significa nunca ter medo.

O mágico de Oz, de L. Frank Baum e ilustrado por W. W. Denslow (1900)
O filme: O mágico de Oz (Victor Fleming, 1939)
Dorothy é uma menina órfã que, depois de ser levada por um tornado a um universo mágico, vive uma série de aventuras com seres fantásticos no seu reencontro com o amor pelo seu lar. Considerado um ícone da cultura popular ocidental, este filme faz parte de uma enorme coleção de adaptações da história.
Antes de se consagrar como escritor, L. Frank Baum fracassou nas suas tentativas de ser ator, editor de jornal, fazendeiro e vendedor. Depois da publicação dos seus livros no mundo de Oz, ele mesmo produziu curtas sobre seus personagens.

As crônicas de Nárnia, de C.S. Lewis e ilustrado por Pauline Baynes (1950-1956)
Os filmes: As crônicas de Nárnia (Walt Disney, Walden Media e 20th Century Fox, 2005-2010)
Uma luta entre o bem e o mal, situada em um mundo mágico com animais falantes, seres mitológicos e alguns humanos que acabam indo parar lá por acidente. A história foi adaptada ao rádio, cinema, televisão e teatro.
Sem dúvida, a adaptação cinematográfica do primeiro dos livros dessa coleção é a mais relevante, não apenas pelo sucesso de bilheteria, mas pela qualidade da produção e o trabalho do roteiro. A história de C. S. Lewis foi polêmica e inclusive classificada tanto como "propaganda cristã", quanto como "paganismo ocultista", mas segue sendo um sucesso da literatura e do cinema infantil.

As aventuras de Alice no país das maravilhas, de Lewis Carroll e ilustrações por John Tenniel (1865)
Os filmes: Alice no país das maravilhas (Clyde Geronimi, Wilfred Jackson e Hamilton Luske, 1951); Alice através do espelho (Tim Burton, 2010)
Uma garota entediada cai num buraco e acaba indo parar num universo onde convive com criaturas fantásticas, em uma narrativa que mistura a lógica com o absurdo. Trata-se de uma das obras mais influentes da cultura popular universal. Ambas adaptações possuem seu mérito quanto a adaptação e narrativa, mas, sem dúvida, a versão da Disney foi a que marcou época.
Conheça mais sobre a vida de John Tenniel, ilustrador de Alice.

Versão em português de @xnesky.
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