Tendências de UX que 2020 nos apresenta

Strike Heredia, especialista em UX, revela suas previsões a respeito do design de experiência do usuário em 2020
O UX, sigla para experiência do usuário, é essencial na hora de encarar o design de qualquer página web, app ou software digital: os padrões de design e usabilidade, os princípios de design de interação, as hierarquias, o posicionamento dos elementos e componentes, a redação web… tudo isso são elementos que marcarão o êxito ou o fracasso do seu projeto.
Para elucidar os caminhos pelos quais o UX transitará no ano de 2020, recorremos a um especialista no assunto: Carlos "Strike" Heredia, designer gráfico especializado na experiência do usuário que se dedica há anos ao design, à criatividade e estratégia de todo tipo de marcas de consumo.
Com a palavra, Heredia: "Como de hábito, nessas datas comenta-se muito sobre tendências do próximo ano, em diferentes áreas e negócios. No meu setor é igual, apesar de um dos pilares da UX seja 'não supor nada': é um pouco irônico fazer um prognóstico do que será um must nesse 2020. O que podemos fazer é enfatizar certas tendências que, embora estivessem presentes em 2019, achamos que terão seu auge em 2020."
1. Chatbots e assistentes virtuais
Um dos nossos princípios é pôr o usuário no centro de todos nossos esforços: facilitar alguns processos e resolver certas situações. Isso fez com que os chatbots e assistentes virtuais ganhem um protagonismo nas interações homem-máquina. Desde aqueles que solucionam dúvidas básicas até os baseados em inteligência artificial, geram empatia e criam um ambiente cômodo para o usuário, e isso é fundamental para que essa tendência continue crescendo.

2. Menos teoria, mais prática
É incrível a grande quantidade de informação sobre UX que você consegue encontrar na rede. E se a isso acrescentarmos o design de produtos e serviços, metodologias ágeis, design thinking… estamos imersos em informação de formação, mas que muitas vezes obscurece ou bloqueia coisas tão básicas quanto o bom senso.
Não vamos perder o foco dessas ferramentas: elas devem facilitar nosso processo, e não criar impedimentos. Vamos lembrar que a teoria é importante para entender certos aspectos técnicos, mas não podemos esquecer que a melhor maneira de resolver e desenvolver nosso trabalho é com pesquisa, tentativa e erro e a aprendizagem que essas ações nos provocam. Não nos preocupemos, em 2020, com mais informação, e sim com execuções e aprendizados próprios.

3. O UX é feito em equipe
A experiência de usuário é um processo colaborativo e sempre será. Ainda que tenhamos aprendido a nos especializar e começamos a gerar perfis mais ad hoc para certas tarefas, só o esforço em conjunto poderá nos dar uma imagem completa do contexto e ajudar na sua execução.
Vamos sempre integrar perfis fundamentais dentro do nosso processo e, por que não, ao próprio cliente. Ser um "faz tudo" acaba limitando a ter uma perspectiva única das coisas. Se criamos soluções para as pessoas, o processo também deve envolvê-los.

4. Mais serviços, menos produtos
Ainda que complementares, acreditamos que em 2020 chegou a hora de desacelerar um pouco o desenvolvimento de produtos: apps, páginas da web, interfaces etc. e começar a otimizar os serviços atuais que temos.
Em muitos casos, de maneira equivocada se pensa que um novo produto pode resolver um mau serviço. Investe-se muito para uma solução que, apesar da redundância, não soluciona o problema atual. Nesse ano, devemos prestar atenção na viagem do usuário, estar mais cientes de todo o processo ou experiência pela qual ele passa, e assim conseguir detectar e propor melhorias no processo, o que resultará em serviços superiores num futuro imediato.

5. Projetar compreendendo o negócio
Ao final de 2019, vários laboratórios de inovação fecharam suas empresas. E não porque não tinham os recursos ou os perfis indicados, e sim porque perderam a visão do negócio.
É porque o design centrado no usuário não é apenas se colocar no "lugar do usuário", e sim entender que precisa mudar o negócio ou oferecer ao usuário algo mais atraente. Além disso, para obter um retorno tangível é preciso trabalhar sob essa modalidade (HCD, Human Computer Development).
Vamos lembrar que se não deixarmos claro que essa forma de trabalho é acrescentada ao negócio, este deixará de vê-lo como um investimento e o verá como um gasto, algo que não é útil para o nosso desenvolvimento (e o nosso bolso).

Você também pode gostar de:
- 5 tendências de branding que marcaram 2019
- Cinco tendências que 2019 nos deixou em design de interiores
0 comentários