Solange Colaço

Solange Colaço

Queens, Brasile

Solange Colaço

A lembrança mais antiga que tenho é estar no colo da mãe ( talvez uns dois ou três anos) e enlouquecer ao ver um banquinho de madeira clara e polida e buscar desesperadamente uma caneta e preencher cada espaço do móvel com desenhos da família palito. Era impossível ver uma folha de papel e não desenha do meu jeito. Fui convencida a ir para a escola porque queria ler os gibis da Disney várias vezes. Aprender a escrever foi um acréscimo. Desenhava tudo que sonhava a noite e devorava livros. Queria ser estilista quando jovem. E fiz a Artes Plásticas para pintar tão bem quanto Velásquez. Mas caminhei por anos no vale das sombras das morte, comecei aos sete anos uma descida para a escuridão - sofri até o ano passado de depressão. Hoje estou livre dela e sem usar remédios. O que me ajudou muito foi me agarrar nos livros. Eles me ajudaram a chegar até aqui. E quando não conseguia dormir criava histórias diversas; resolvi escrever meio sem saber como. A internet era precária, foram outros livros e revistas que deram dicas. Mas nunca saí dos esboços. Faz uns quinze anos que anoto ideias com a intenção de serem histórias; mas como li muita literatura policial (Simenon, Agatha Christie, Ruth Rendall, Patrícia Highsmith, Celia Fremlin) e de terror (Poe, Lovecraft, H G Wells) entre outro que fui descobrindo pensei em seguir por esse caminho. Foi algo que ouvi no vídeo sobre esse curso que me despertou para a literatura infantil. Há muito tempo ouvi o chamado para deixar o mundo comum, recusei o chamado por medo e comodismo, agora, nesta etapa da vida decidi me aventurar e começar por aqui, pela literatura infantil.


In Domestika da gennaio 2022
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