Sou antropóloga e demógrafa, trabalho há 44 anos com os povos indígenas aqui do Brasil (fiz alguns trabalhos também na Indonésia e no Paraguay). Sou mãe de 3 filhos, todos agora já adultos, sou idosa, e tenho uma neta de 6 anos. Eu segui trabalhando com os povos indígenas primeiramente na região da fronteira com o Paraguay, entre o estado do Mato Grosso do Sul e Amambay (no Py), com os Guarani e Kaiowá. Morei numa aldeia/comunidade durante uns 12 anos, desde os anos 78 até 1991, quando então fui trabalhar na Amazônia, região do Alto Rio Negro, estado do Amazonas, município de São Gabriel da Cachoeira.
Sempre pensei, desde que morei nessa aldeia guarani kaiowá que haveria um momento de escrever sobre todas essas experiências que tive. Aprendi a falar a língua guarani primeiro, e depois duas línguas da região do alto rio Negro. Eu sim sempre mantive um diário de campo, não bem um diário onde escrevia as coisas que se passavam quando eu não estava na aldeia, mas sim cadernos (tenho 72 cadernos) onde anotava o dia a dia das vivências nas comunidades e sobre o trabalho e os aprendizados que eu ia tendo devagarinho.
Quando fui ser presidente da FUNAI - Fundação Nacional do Índio (hoje em dia denominada Fundação Nacional dos Povos Indígenas) também mantive os diários de campo, pensando muito mais nas ações diárias que eu fazia nas decisões tomadas e também em algum dia alguém ler ou quiser se interessar sobre esse trabalho.
Acabado o tempo da Funai e voltando para as aldeias voltei com os diários de campo.
Agora sinto que com a idade que estou e com a fase da velhice me veio essa vontade de organizar todo esse material (do qual tem também muitas entrevistas e filmes pequenos já feitos) e muitas muitas muitas fotografias que tenho organizado para digitalizar e devolver aos indígenas. Tenho devolvido a eles tanto as gravações musicais quando as fotos. Mas não anotações etc.
Corsi
Scheda professionale
- Marta Maria Amaral Azevedo – @azevedomartamaria55
- não estou procurando trabalho
- www.facebook.com/.marta.m.azevedo