O que é ilustração do doodle?
Os rabiscos que fazemos com a cabeça em outro mundo podem ser a porta de entrada para a arte! Aprenda com um mestre: Mauro Martins
O ilustrador Mauro Martins (@mauromartins) se destacou como diretor de arte no meio publicitário e depois firmou sua carreira autoral usando uma versão refinada e pessoal do estilo Doodles. Seus trabalhos, repletos de personalidade, já estamparam projetos de marcas como Absolut, Amarula, Domino's Pizza e muito outros. Ele acredita que é possível contar muitas pequenas narrativas a partir de um desenho que parte do que chamamos muitas vezes de rabiscos, e que vão ganhando complexidade ao passo que nos aperfeiçoamos nessa arte.

Para Mauro, "o estilo Doodles em geral, é solto, sem muito perfeccionismo. É aquele tipo de desenho descompromissado que você faz enquanto está distraído com um lápis e papel à sua disposição." Na Domestika, porém, ele decidiu propor uma versão digital, na qual você trabalha com vetores para atingir uma ilustração mais elaborada.
As influências de Mauro são das mais variadas, e nem sempre se encaixam no estilo Doodle, como é o caso de Onde está o Wally. "A coleção do Martin Handford me influencia na questão de conter várias pequenas histórias dentro de uma mesma composição, e também pelo poder lúdico de fazer com que o observador se entretenha procurando coisas e encontrando novos elementos a cada vez que olha a ilustração."

Ainda que o estilo Doodle favoreça desenhos voltados para um público mais jovem, Mauro defende que "se for feito com cores mais sóbrias, traços mais bem acabados e desenhos figurativos mais próximos da realidade, é possível obter um resultado mais adulto." Um bom exemplo do estilo Doodles para adultos é a embalagem da Tastillery:

Os doodles, pela sua origem no rabisco, muitas vezes podem ser feitos sem esboços. Mauro conta que quando faz uma ilustração independente, sem fins comerciais ou para exposições, gosta de fazer só no improviso. "Isso traz um resultado mais autêntico, com imperfeições que dão todo o tempero do trabalho. É o caso do elefante que pintei para a Elephant Parade, por exemplo."

Por outro lado, ao criar para uma marca, "é preciso seguir um briefing e contar com potenciais pedidos de alterações. Nesse caso o esboço é bem-vindo." Porém, alguns clientes já permitiram que ele desenhasse sem nenhum esboço antes: "é o caso deste espaço co-working que me deixou completamente livre para fazer o que eu quisesse na parede deles. Nesse trabalho, eu não planejei nada. Simplesmente fui desenhando no improviso."


Mauro indica, para quem está começando na técnica doodle, experimentar com papel e caneta e tentar contar uma história qualquer de forma rabiscada, criando uma narrativa visual. "Sugiro fazer isso sem ficar julgando se o traço está bem-feito, sem se preocupar demais com o resultado. O importante é conseguir contar uma história com desenhos. E depois que a estrutura da história estiver rabiscada, é legal também tentar enriquecer com detalhes, grafismos e qualquer minuciosidades que dêem um visual mais interessante e uma linguagem própria para a composição."



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