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4 artistas que servem de inspiração para fotógrafos no uso da cor, luz e sombra

A fotógrafa e especialista em imagem digital Carol Lopes cita quatro artistas que influenciam seu trabalho
Embora afirme ser difícil explicar o motivo de considerar um trabalho como referência, Carol listou quatro artistas importantes em sua trajetória. "Por mais que a gente faça uma análise formal, o processo de relação com uma obra é muito subjetivo.
Eu sempre oriento os fotógrafos a saberem o porque do uso da cor, mas não necessariamente significa que, no momento da fruição, a pessoa que estará contemplando esse trabalho sinta exatamente o que o artista quis passar. Essa é a beleza de um trabalho. O artista perde o controle. Quem produz a obra deve sim saber o conceito e saber os passos tomados no seu percurso, mas de forma alguma isso é uma regra para quem vê."
Edward Hopper
O pintor estadunidense é famoso por obras que retratam, em sua maioria, figuras isoladas em meio a paisagens urbanas.
Embora não seja um fotógrafo, é uma super referência pra mim. Normalmente quando pensamos em cenas que de alguma maneira retratam a solidão, imaginamos, formalmente, uma imagem com ausência de tonalidade ou até mesmo monocromática. Hopper consegue me passar esse sentimento com uso de cores vibrantes e uma luz muito bem desenhada. Acho isso de uma beleza sem igual.

Claudia Andujar
A fotógrafa suíça naturalizada brasileira colaborou com publicações como Realidade, Life, Fortune etc. É conhecida por seu trabalho de documentação e defesa dos índios Yanomami.
Suas experimentações em analógico trazem uma sensação para as imagens. O uso de longa exposição, experimentos com filtros coloridos, lentes embaçadas, domínio da luz natural e artificial etc. Ao retratar a relação transcendental dos Yanomamis, os rituais xamânicos, relação com a natureza, os sonhos etc. ela faz uso de recursos estéticos que trazem essa experiência sensorial para a imagem. Isso é belo.
Miguel Rio Branco
Bisneto do Barão do Rio Branco, Miguel é pintor e fotógrafo, além de criar instalações artísticas e dirigir filmes.
O que mais me chama atenção no trabalho do Miguel é a forma como ele usa a cor para editar o seu trabalho. Ele cria imagens densas/fortes (principalmente nos dípticos, trípticos e polípticos) com a combinação de uma luz dramática, contrastada a uma palheta de cor específica. Normalmente não são mais de 3 tons para formar esses conjuntos. O pavilhão dele em Inhotim e a forma como suas imagens estão no espaço (luz direcionada para obra, sala escura) passa bem essa sensação mais dramática.

Gregory Crewdsom
Fotógrafo dos Estados Unidos conhecido por encenar cenas cinematográficas dos subúrbios com efeitos dramáticos.
O trabalho dele não existiria sem o apuro que tem ao montar a luz das suas imagens. Cada imagem parece ter sido tirada de uma uma cena de um filme. Sempre que vejo uma fotografia dele, tento desvendar como foi montada. Esse exercício de tentar rever os passos tomados pelo artista, ajuda muito a ampliar nosso repertório de possibilidades. Mais uma vez, quem for procurar o trabalho dele, vai perceber o uso das cores complementares e opostas.

Se você se sentiu inspirado pelo trabalho destes artistas, talvez você queira se inscrever no curso que Carol Lopes oferece na Domestika, Pós-produção de imagens poéticas no Photoshop. Nele, você aprenderá como um conceito desenvolvido pelo artista/fotógrafo pode e deve ser pensado junto ao processo de construção formal da imagem no software de edição.
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