Isaque Criscuolo
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@isaque.criscuolo
Música e áudio

O que é a música Lo-Fi e por que é perfeita para relaxar?

  • por Isaque Criscuolo @isaque.criscuolo

Descubra como surgiu o gênero Lo-Fi e como tem ajudado milhares de pessoas a ter foco para estudar e trabalhar

Talvez esteja familiarizado com este cenário: para ajudar a concentração enquanto trabalha em home office, você coloca uma playlist de música Lo-Fi para tocar no fundo, sem parar. Como você, milhares de pessoas ao redor do mundo têm utilizado os beats relaxantes deste gênero musical para se concentrar em tarefas como estudar, trabalhar ou, simplesmente, relaxar.

Impulsionado pelo isolamento social da pandemia nos últimos anos, o Lo-Fi tornou-se o alívio de muita gente e ganhou a atenção do mercado de música independente.

Plataformas de streaming como Spotify, Deezer e Apple Music também entraram na onda com playlists exclusivas que já somam milhões de plays. No YouTube, cresceram o número de canais dedicados ao gênero, assim como lives ininterruptas que ajudam a divulgar os trabalhos de dezenas de artistas.

Acesso a computadores pessoais e softwares de edição de áudio facilitaram a criação de músicas DIY
Acesso a computadores pessoais e softwares de edição de áudio facilitaram a criação de músicas DIY

Mas, afinal, o que é o Lo-Fi, quais suas origens e como ganhou os holofotes? Confira na sequência!

Características do Lo-Fi

Um dos gêneros musicais mais promissores do momento, o Lo-Fi utiliza elementos normalmente vistos como indesejáveis em contextos profissionais, tais como notas mal tocadas, interferência ambiental ou imperfeições fonográficas (sinais de áudio degradados e silvos de fita) como parte central da composição.

Em sua maioria instrumentais, as músicas possuem influências do boom-bap, jazz, funk, música eletrônica e utilizam um beat de hip hop, com samples em loop, para provocar emoções positivas, relaxamento e nostalgia.

Além disso, é muito comum a utilização de sons de animais, natureza, mar, barulhos de disco e outros pequenos ruídos da vida cotidiana.

Mas, é preciso não confundir com ASMR (sigla em inglês para Resposta Sensorial Autônoma do Meridiano). Diferente do ASMR, caracterizado por sons que provocam relaxamento, o Lo-Fi é uma criação artística que pode incorporar elementos de ASMR, mas vai muito além.

Milhares de pessoas usam o Lo-Fi para se concentrar em tarefas como estudar, trabalhar ou, simplesmente, relaxar
Milhares de pessoas usam o Lo-Fi para se concentrar em tarefas como estudar, trabalhar ou, simplesmente, relaxar

Breve história do Lo-Fi

O termo Lo-Fi foi usado pela primeira vez na década de 1950 como uma abreviação para "Low-Fidelity", que nada mais é do que música em baixa qualidade, ou não criada em estúdio profissional.

O género cresceu entre jovens da época, que começavam a experimentar com os equipamentos de baixo custo a que tinham acesso.

Nascem, deste movimento, a utilização de clássicos sons de distorção e ruídos de fita cassete na linguagem musical. Uma grande referência é o grupo americano Beach Boys, nos anos 1960.

Nos anos 1980, o Lo-Fi começou a ser popularizado com o trabalho do DJ William Berger, que dedicava um espaço em seu programa de rádio para divulgar gravações caseiras.

As ferramentas tecnológicas são essenciais para criar as músicas do gênero Lo-Fi como o conhecemos hoje
As ferramentas tecnológicas são essenciais para criar as músicas do gênero Lo-Fi como o conhecemos hoje

Desde então, o termo deixou de ser utilizado apenas para descrever músicas caseiras, ou de qualidade inferior, e passou a representar uma estética musical de bandas de indie rock underground, como The Frogs, The Mountain Goats, ou os primeiros anos da carreira de Beck.

Há também quem diga que a cena que hoje conhecemos como Lo-Fi tem sua origem na ambient house music ou na chill-out music, populares em Londres no final dos anos 1980.

A popularização do Lo-Fi

E se é certo que a origem do Lo-Fi tem várias ramificações, também é correto dizermos que o gênero começou a ganhar a forma atual nos anos 2000, com influências do produtor musical japonês Nujabes.

Este produtor é responsável por redefinir o Lo-Fi com seu trabalho para o anime Samurai Champloo, em 2005. Os ritmos mais lentos, junto de batidas como jazz e hip hop, o tornaram um fenômeno global.

Em paralelo, as pessoas passaram a ter acesso a computadores pessoais e softwares de edição de áudio como Pro Tools, Logic, Ableton e GarageBand facilitaram a criação e distribuição de músicas DIY (faça você mesmo).

Plataformas como Soundcloud, YouTube e Grooveshark também cumpriram um papel essencial na popularização do Lo-Fi
Plataformas como Soundcloud, YouTube e Grooveshark também cumpriram um papel essencial na popularização do Lo-Fi

Por outro lado, plataformas como Soundcloud, YouTube e Grooveshark também cumpriram um papel essencial na popularização dessas composições.

O canal de YouTube Lofi Girl é um belo exemplo disso, com lives que chegam a durar mais de 100h e tocam criações de diversos artistas, conhecidos e desconhecidos.

Na marca de 10 milhões de inscritos, funciona também como um label de música independente, aquecendo o mercado e ajudando diversos artistas a divulgar suas composições.

Só entre janeiro e setembro de 2020, as buscas pelo termo Lo-Fi cresceram 85% no Google, permanecendo em alta até o momento.

Lo-Fi é, em resumo, um ritmo que nasceu do faça você mesmo e passou por diversas transformações ao longo dos anos, impulsionado por avanços tecnológicos e por uma ideia de que música não precisa, necessariamente, ser perfeita ou construída com equipamentos caros.

Você mesmo pode criar os seus beats com o que tem em casa, seja um computador ou o celular. Basta usar a criatividade!

Você conhecia a origem do Lo-Fi? Se quiser se aprofundar nesta área e aprender a criar, arranjar e editar uma batida suave Lo-Fi que combina elementos chave da composição musical, não perca o curso de Charles Jacques, Criação de Lo-fi beats com Ableton Live e Push.

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