O que é a fotografia Fine Art?

Descubra o que é este estilo fotográfico e suas características mais marcantes

Embora haja mais de uma definição para ela, podemos dizer que a fotografia Fine Art tem como principal característica a motivação autoral. Em outras palavras, está centrada no fotógrafo, aqui visto como um artista.

As imagens, nascidas para traduzir a visão criativa da pessoa por trás das lentes, procuram ir além da reprodução ou representação da realidade, como acontece na fotografia documental, por exemplo.

São a culminação de um processo artístico, muitas vezes maturado por meses a fio, que visa, como toda obra de arte, a invenção — ou, para citar uma canção de Caetano Veloso, lançar mundos no mundo.

Um bom exemplo é O (IN) VISÍVEL, projeto da fotógrafa e escritora Danny Bittencourt (@dannybbittencourt), que oferece o curso Autorretrato fotográfico Fine Art na Domestika.

Nele, ela parte de uma ideia bastante clara, "problematizar como acabamos colocando panos metafóricos que nos protegem, mas ao mesmo tempo nos sufocam", para criar uma série de registros de forte carga imagética e sugestiva. Como ela mesma escreveu, "refletir sobre a fotografia pode nos levar a entender que ela vai muito além do campo visual, pois não é registro, não é um fim, mas sim um meio".

"A fotografia é constantemente relacionada à visualidade. Como se esgotasse em uma imagem finita. Mas em sua impermanência, ela transborda, ela existe. Refletir sobre a fotografia pode nos levar a entender que ela vai muito além do campo visual, pois não é registro, não é um fim, mas sim um meio. A imagem só vive na relação."
Danny Bittencourt - O (IN) VISÍVEL

Como começar

Para ter mais chances de êxito, um projeto de fotografia Fine Art deve estar ancorado num conceito delimitado previamente. A primeira ideia não precisa ser complexa. Basta servir como um guia. Afinal, temos mais chance de encontrar algo quando sabemos o que procuramos.

"Constantemente nos escondemos embaixo de panos metafóricos para cabermos naquilo que o nosso entorno exige de nós. Às vezes, sem nos darmos conta, esse tecido frágil escorrega e nos revela completamente perdidos no espaço que ocupamos. Transbordamos então nossa própria existência e nossos vazios que ninguém entende, por um segundo preenchem todo o espaço. A fotografia sempre vive e pulsa nas dores de quem a vê."
Danny Bittencourt - O (IN) VISÍVEL

Na fase de conceituação, também é importante não se censurar. Não tenha medo de escrever, reescrever e buscar referências, dentro e fora da fotografia.

Você perceberá que, a cada versão, sua ideia fica mais coesa e se aproxima da forma final.

Referências

Agora, antes de começar a esboçar o próprio projeto, inspire-se com três das principais referências de Danny Bittencourt.

Deborah Sheedy

@deborahsheedy

Fotógrafa irlandesa cujo trabalho, majoritariamente analógico e monocromático, preza por construções oníricas, de maior espaço interpretativo.

Josephine Cardin

@cardinphotography

Fotógrafa norte-americana especializada em autorretratos repletos de intervenções, tanto manuais quanto digitais. Suas imagens "exploram a sensibilidade humana através de histórias abstratas" e estabelecem um diálogo entre a artista e seu público.

Polina Washington

@polina.washington

O trabalho desta russa, que começou fotografando em 35mm, tem forte influência cinematográfica. Muitas de suas imagens parecem quadros de filmes, tamanha é a sensibilidade, a carga narrativa e o cuidado da composição.

Se curtiu o post ou tem interesse nesta vertente fotográfica, confira os cursos de fotografia artística da Domestika e desperte a criatividade que há em você.

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