Micaela Marini Higgs
Micaela Marini Higgs
@micaela_mh
Cinema e vídeo

Como o monstro de Frankenstein se tornou verde

  • por Micaela Marini Higgs @micaela_mh

Veja como os primeiros filmes moldaram a aparência da criatura icônica de Mary Shelley

A cada Halloween, um elenco de personagens assustadores com os quais temos certeza de que estamos familiarizados aparece em maratonas de filmes de terror. Entre esses monstros clássicos, há um que é especialmente distinto por sua grande cabeça quadriculada, pele verde e parafusos no pescoço.

Embora a criatura de Mary Shelley tenha se tornado um ícone da cultura popular, ainda existem alguns fundamentos sobre ela que continuam a confundir as pessoas, desde chamá-la erroneamente pelo nome de seu criador (Frankenstein) até ilustrá-la em verde, quando, em seu livro, Shelley descreve sua pele como amarela e translúcida.

Descubra no vídeo abaixo como as limitações dos primeiros filmes fizeram o monstro de Frankenstein ficar verde:

Frankenstein antes do cinema

Em seu livro, Shelley escreveu sobre o monstro que "sua pele amarela mal cobria a rede de músculos e artérias por baixo". Essa descrição faz sentido, especialmente considerando que a criatura é construída a partir de partes do corpo provenientes de vários cadáveres.

Nas adaptações teatrais do século 19, o monstro de Frankenstein assumiu várias formas. Em algumas produções, foi pintado de um branco cadavérico, enquanto, em outras, foi azul ou verde, cores que o ajudaram a se destacar do resto do elenco. Por esse motivo, a arte e as ilustrações daquela época retratam um Frankenstein de cores diferentes.

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Criando um monstro

Mas foi a adaptação do romance em preto e branco da Universal, em 1931, que deu ao monstro de Frankenstein a aparência e a pele verde que imaginamos hoje. Antes desse momento, não havia uma única ideia padronizada de como o monstro era.

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Para a adaptação da Universal, o maquiador Jack Pierce criou o visual que continuamos a associar hoje ao monstro de Frankenstein, dando à criatura uma cabeça quadrada com cicatrizes e dois parafusos no pescoço, com a ideia de que haviam sido usados para revivê-lo. A Universal manteve os direitos autorais do visual desenhado por Pierce.

Pierce também escolheu pintar a pele do ator Boris Karloff de um verde acinzentado. No entanto, se você olhar para o material promocional do filme, o monstro de Karloff foi retratado como pálido ou amarelado, refletindo a cor planejada para a criatura.

De verde a preto e branco

A disparidade entre a cor da pele de Karloff no set e nos pôsteres promocionais é resultado de limitações técnicas e soluções alternativas da época.

Até a década de 1920, as produções cinematográficas eram rodadas principalmente em filme ortocromático, que é sensível à luz azul e verde. Como resultado, essas cores parecem mais claras, enquanto o vermelho parece mais escuro. Um sinal de que você está assistindo a uma obra capturada em filme ortocromático é que o céu parece branco e superexposto. Uma grande complicação do filme ortocromático era que, devido à sua sensibilidade aos vermelhos e rosas, a pele dos atores ficava cinza escuro, e seus lábios pareciam negros.

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Os departamentos de maquiagem compensavam o problema fazendo verdadeiros borrões no rosto dos personagens, jogando com as peculiaridades do filme ortocromáticos e utilizando tintas de cores às quais ele era sensível: amarelo, azul, verde. Como nem todo mundo passava o mesmo tempo na cadeira de maquiagem, se você assistir a filmes antigos, verá que, embora os protagonistas tenham a pele mais clara, muitos figurantes saem com tons mais escuros.

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Usando filtros de vidro azul que permitiam prever como o filme ortocromático capturaria uma cena, as equipes de filmagem eram capazes de realizar ajustes no cenário. Assim, as cores podiam até não estar bem, na vida real, mas saíam bem no filme.

Mais tons de cinza

No final da década de 1920, um tipo de filme conhecido como pancromático, muito mais barato, tornou-se o novo padrão da indústria. Ele capturava mais tons de cinza e detalhes, eliminando a necessidade de planejar cuidadosamente as cenas em torno da sensibilidade azul-esverdeada. Como ainda era preto e branco, tinha algumas desvantagens – certas cores, como vermelho e azul, se viam quase idênticas no filme.

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Embora isso eliminasse a necessidade de maquiagens mais extremas, os cineastas e os maquiadores ainda precisavam pensar as cenas a partir das tonalidades de cinza, e não das cores, quando filmavam objetos e cenários em preto e branco. Um grande exemplo disso é o colorido conjunto da série de televisão ‘A Família Addams’, que foi ao ar entre 1964 e 1966.

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Ficando verde

Apesar da popularidade do filme pancromático, os maquiadores continuariam a tomar decisões com base nas restrições que o preto e branco apresentava. A decisão de Pierce de pintar a pele de Karloff de um verde acinzentado foi uma escolha consciente de brincar com essas limitações, distinguindo o monstro do resto do elenco e dando-lhe uma cor de pele que pareceria um branco fantasmagórico no filme.

A criação de Pierce e o sucesso de bilheteria da Universal em 1931 continuariam com o lançamento de uma franquia de filmes que determinou o sucesso do monstro na cultura popular. Quando as imagens de Karloff com sua pintura facial verde vieram à tona, essa cor também foi parar na tela, e Hollywood, como já havia feito tantas vezes antes, criou sua própria mitologia.

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