Larissa Goretkin

Sou Larissa Goretkin e tenho 41 anos. Nasci no Brasil e vivi no Chile até os meus 12 anos. Tive muitos privilégios e sorte na infância, como a oportunidade de estudar numa escola que valorizava pessoas artísticas como eu, o fato de minha família também valorizar a arte e de poder estar em contato com a natureza.
Desde que tenho memória sempre fiz muitas atividades extras como danças variadas, música e natação. Minha paixão pela música começou aos 9 anos ainda na escola, após dois anos minha família foi chamada para ser informada que eu tinha talento musical e que seria interessante que eu tivesse aulas de flauta transversal com um professor particular . E assim aconteceu, após dois anos de estudo do instrumento fui convidada a participar de uma orquestra de crianças com a qual tive a oportunidade de viajar pelo país fazendo músicas e amizades.
Por motivos familiares voltamos a morar no Brasil quando comecou meu ensino secundário e nessa época da minha vida comecei a tocar em banda com meus amigos. Nesse momento meu pai fez uma grande pressão para que eu procurasse uma profissão tradicional e aos 16 anos ingressei na Universidade de Direito. Como era de se esperar, apesar da questão da justiça e ética ser primordial na minha formação como indivíduo, não concluí esse curso e fui atrás do meu sonho. Aos 19 ano entrei para a Universidade de Música.
Não vou dizer que foi fácil me formar, mesmo sendo a minha área de paixão. Tive uma filha exatamente quando cursava o meio da minha licenciatura, isso não me impediu de continuar aprendendo, pelo contrário, me despertou um grande interesse pelos processos de ensino e aprendizagem. Ver uma pessoa aprendendo absolutamente tudo de maneira tão rápida foi fascinante para mim e comecei a me dedicar à educação musical para crianças.
No mesmo dia em que cheguei em casa com a declaração de conclusão do meu curso universitário, mais um desvio no meu caminho, por questões financeiras tive que abraçar a oportunidade que havia surgido, ser bancária para sustentar a minha família. Eu havia sido aprovada em um concurso público e a vaga era minha. Não tive medo e trabalhei por dois anos no banco, tenho certeza de que eu era muito fora do perfil esperado, mas fiz o melhor que pude. Aprendi muito e perdi o medo do desconhecido com relação a um tipo de trabalho burocrático, mas definitivamente isso também não era o meu caminho.
Continuei fazendo concursos, agora para a área de educação em escolas públicas no Brasil e movida pelo ideal de mudar o mundo através da educação e da arte, no mesmo dia tomei posse em dois concursos em cidades diferentes e me sentia muito motivada a ser uma professora que faria a difereça na vida das pessoas. Trabalhei por mais de 10 anos em 10 escolas diferentes, em cidades grandes, pequenas, favelas e zona rural, ia tentando mudar de ambiantes escolar pra ver se de alguma forma eu sentia que estava indo em direção ao meu propósito de vida, mas sempre me sentia frustrada e aos poucos percebi que o problema não estava em mim, mas o problema era muio maior do que eu, e era cruelmente sistêmico e com intenção políticas bizarras. Isso aos poucos foi me adoecendo até o ponto em que eu me senti muito deprimida e incapacitada para o trabalho.
Nesse momento foi primordial o apoio do meu marido, que me convenceu a voltar a lecionar em forma de trabalho voluntário com pessoas com necessidades mentais especiais. Sentia-me muito insegura de voltar a trabalhar, mesmo tendo uma pós-graduação em Arteterapia que me dava arcabolso teórico para trabalhar numa instituição como a qual nós fizemos parte, voluntariamente, por cinco anos. Aprendi muito e voltei a me sentir motivada para trabalhar, foi no trabalho com os pacientes que frequentavam o Centro de Assistencia Psicosocial que entendi muita coisa sobre mim mesma e minha relação com o trabalho. Não houve um dia sequer que eu tenha ido trabalhar sem vontade de estar ali com aquelas pessoas.
Com esse novo cenário na minha mente, além de muita terapia, é claro, decidi que não queria mais trabalhar em escolas, mas ainda queria trabalhar com educação musical para crianças. Percebi que uma das coisas que me incomodava muito no ambiente escolar era que as famílias eram totalmente alheias ao processo educativo de seus filhos e dessa forma não havia diálogo entre a família e a escola. Continuei estudando e descobri que era possível desenvolver um modelo de ensino que incluisse a família e assim nasceu meu primeiro projeto como empreendedora, o Música Lúdica.
Por alguns anos fui muito feliz com esse trabalho e desenvolvi métodos que eu via que eram eficazes e traziam alegria para as famílias, inclusive para a minha, porque eu tinha sempre ao meu lado minha filha caçula, quer era uma grande ajudante e estava sempre disponível a dar exemplos junto comigo nas brincadeiras musicais durante as aulas. O Música Lúdica cresecu e passou a ter também cursos para adultos, um coral e formações para introduzir professores ao mundo dos sons e da música.
Paralelamente ao meu desenvolvimento na Música, desde os meus 16 anos sempre estive em busca do euto-conhecimento, e as portas se abriram para mim quando fui iniciada em Reiki pela minha amada tia e madrinha. Ela mora no Sul do Brasil e nessa altura da minha vida eu morava no Rio de Janeiro, foi numa viagem para participar de um festival de Música em Curitiba que ela me apresentou ao meu primeiro oráculo, o I CHING, que foi meu fiel companheiro por muitos anos. Nesse mesmo ano comecei a praticar Yoga e meditação.
Essas três vertentes: Reiki, Yoga e Oráculo acompanharam-me e me deram suporte físico e emocional por toda a minha vida até que chegou o momento de me profissionalizar nessas áreas. Me tornei instrutora de Yoga com especialização em Yoga para Crianças, Yoga Restaurativa, Yogaterapia e atualmente estou me desenvolvendo em Yoga do Riso. Continuei meus estudos e prática de Reiki até finalmente tornar-me Mestre. Além de uma longa e profunda formação profissionalizante em Runas, o oráculo nórdico que por sua simplicidade e objetividade, me cativou e foi com ele que eu mais me identifiquei na vida.
No ano de 2019 meu pequeno núcleo familiar, eu, meu marido e nossas duas filhas, migramos para Portugal, terrra na qual meu marido tinha suas raízes familiares. Viemos com o sentimento de estar fugindo de um Brasil que se mostrava cada vez mais violento, injusto e entregue ao obscuro e interesseiro fundamentalismo religioso. Tudo nesse processo de mudança foi muito trabalhoso e incerto, mas tínhamos certeza de que não iríamos desistir sem tentar. Estávamos dispostos a trocar a estabilidade financeira que tínhamos no Brasil, no momento, o terceiro país mais violento do mundo, pela incerteza de tentar a vida no terceiro país mais pacífico do mundo.
Ao chegar à Portugal tivemos que recomeçar a nossa vida do zero. Só trouxemos o que cabia nas nossas malas, no nosso cérebro e nos nossos corações. Viemos com esperança de proporcionar uma vida mais digna para nossas filhas e para nós mesmos. Apesar da incerteza total do que iríamos fazer para nos sustentar financeiramente assim que nossas poucas reservas chegassem ao fim. Apesar de parecer muito assustador estar diante de tanta incerteza, todo esse processo foi extremamente motivador e transformador.
Me vi diante da pergunta, diante de uma página em branco, que é o próximo capítulo da minha vida, o que é o que eu realmente quero fazer da minha vida? Ao que eu gostaria de dedicar a minha energia nos meus próximos anos. Após muito pensar resolvi que gostaria de tentar voltar ao meu plano original. Eu gostaria de tentar viver de música. Me dei um prazo de 6 meses para estar ganhando algum dinheiro com isso antes de tentar um trabalho qualquer apenas para manter a nossa casa. Mesmo estando afastada dos meus sonhos valeria a pena por estar morando numa cidade na qual nos sentíamos totalmente seguros. E foi assim que criamos um website no qual colocamos a maioria das nossas habilidades laborais e jogamos para o Universo para ver o que é que a vida nos traria.
Aos poucos comecei a compôr, foram aparecendo alunos particulares online a clientes para as Runas. E quando dei por mim estava numa rotina de mais de 20 horas de show por semana, aulas e atendimentos de runas e reiki. Nada era certo financeiramente, vivemos até hoje de gorjetas que nossos fans espalhados pelo mundo nos mandam. Assim como das aulas particulares e clientes online.
Eu nunca pensei que nada disso fosse acontecer da forma como aconteceu, muito menos que estaríamos vivendo um longo período de reclusão em função de uma pandemia e que todos os habitantes do planeta se veriam obrigados a migrar para um estilo de vida online, do qual nos sentimos pioneiros. Até que chegou um momento em que me vi sufocada novamente, pelo fato de ser uma trabalhadora totalmente independente e ter todo e qualquer resultado dependendo do meu planejamento e ação, além das obrigações impostas pela casa e a atenção que eu queria dar à minha família. Comecei a sentir que o burn out estava quase tomando conta e minha saúde emocional estava em risco novamente.
Foi quando apareceu para mim uma propaganda deste curso de administração do tempo e percebi que isso seria a salvação da minha vida, afinal eu estava onde queria, fazendo o que queria fazer e começando a colher os frutos de mais de um ano de trabalho duro de domingo a domingo. Segui a autora e aprendi tudo que eu poderia do material que ela disponibilizava gratuitamente na internet, com isso as coisas começaram a se organizar novamente. Estava conseguindo pegar no sono com facilidade e sem a sensação de que eu nunca daria conta da lista infinita de atividades que eu tinha pela frente.
Tenho certeza de que este curso, que tive a sorte de comprar na promoção da Black Friday, vai me fazer ser produtiva sem me sentir sobrecarregada. E assim vou poder alcançar meus objetivos que me levarão em direção ao nosso sonho. Mas isso por enquanto fica em segredo.