«A veces escucho cómo me hablan… susurran cosas que me quiebran poco a poco… dicen que están ahí… son reales… mi mente lucha por deshacerse de todo aquello… el miedo me corroe… no distingo lo que es real de lo que no lo es… no puedo apartarme de ello… no puedo… no debo…».
1 comentário
anafloyd_sr
Delirium é um projeto que consiste na representação visual e ilustrativa de uma patologia conhecida como distorção da percepção, ou imaginação. Isso vem nos dizer o seguinte. Cada um de nós é treinado para perceber a realidade, e nosso cérebro é quem regula as informações que adquire todos os dias. O problema surge quando ele reproduz imagens que não estão de acordo com o que se percebe no momento, o que é conhecido como erro de percepção. Nossa mente recria uma sequência de elementos que não são reais, então eles confundem nossa realidade, criando uma nova que só nós somos capazes de perceber. Nossa mente é tão poderosa que é capaz até de materializar o que estamos vendo, dotando essas formas de características sensoriais e dando-lhes um certo aspecto real.
O fato de ter utilizado atores e não pacientes reais como modelos, aborda principalmente uma questão ética e moral, bem como o maior respeito por essas pessoas. Porém, os atores me deram a oportunidade de transmitir a eles tudo o que eu queria capturar com minha câmera, e por sua vez, eles entenderam e interpretaram perfeitamente tudo o que eu esperava.
Em muitas ocasiões, nem precisou dizer nada a eles, pois se integraram ao meio ambiente e criaram as situações necessárias para poder realizar esse trabalho. Esta foi, portanto, uma experiência muito gratificante em muitos níveis, pois me fez compreender a tremenda dimensão da esquizofrenia. Proporcionou-me uma relação humana extraordinária com as minhas modelos (protagonistas deste trabalho), e conseguiu trazer à tona o que há de melhor em mim, tanto na visão como nas técnicas fotográficas que aprendi ao longo da minha carreira.
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