Eu, em escombros, danço

Sou tantas. Tantas que, por vezes, perco-me dentro de mim. Constantemente preciso me procurar. Me reencontrar. Ou melhor, me construir.
A série "Dançando em escombros" é sobre essa luta, essa procura, e essa escolha. É sobre manter-se fiel à quem se deseja ser. Sobre manter-se fiel a quem, portanto, se é. Existem momentos em que não nos enxergamos. E por isso, é preciso se reinventar. E é sempre de bom grado dançar.
Dançar com a dor. Dançar nos/com os escombros daquilo que fomos, e dessas ruínas se reerguer. É estar imersa e presente, aderir às cicatrizes. É assumir as marcas, assumir as dores. Permitir-se dançar com seus demônios. Ou sentar e assistí-los dançar. Dançar com seus medos, com sua raiva. Dar as mãos à dor.
Assumir a dor é sobre força, e fazer arte com o que se sente é um respiro.