@isaque.criscuolo
O que é Arte IA?
A nova fronteira para o mundo da arte é a criação a partir de inteligência artificial. Você está preparado?
É provável que você já tenha ouvido falar sobre inteligência artificial, deep learning e machine learning, por exemplo. Todos esses são conceitos estão se tornando cada vez mais populares no mundo tecnológico em que vivemos.
É bastante provável, inclusive, que você esteja lendo este conteúdo num computador, tablet ou smartphone repleto de atividades geradas por sistemas de inteligência artificial.
O cenário, portanto, é que estamos cercados por estes sistemas e continuaremos dessa forma. Agora imagine utilizar essa tecnologia para cria arte. Parece absurdo?! Hoje uma inteligência artificial já é capaz de fazer isso.
Para criar arte IA (inteligência artificial) é preciso usar algoritmos, calculados a partir de aprendizados de máquina, para gerar imagens. E isso só é possível graças a um sistema chamado GAN (Redes Adversárias Generativas), um tipo de machine learning criado pelo pesquisador Ian Goodfellow em 2014.
Essas redes podem ser ensinadas a gerar novas imagens a partir de um banco de dados. Funciona também com música e fala humana, por exemplo. Antes das redes GAN, a criação de novas imagens não era possível e uma inteligência artificial só era capaz de reconhecê-las. Redes GAN, portanto, são as novas artistas.
O tipo mais comum de resultado gerado pelas GANs são os deep fakes, manipulações de imagem em que a inteligência artificial replica características do rosto e voz de uma pessoa. O resultado deste processo pode ser colocado nos mais variados contextos, inclusive negativos. A discussão em torno de deep fakes é profunda e passa por muitas questões éticas, afinal é uma tecnologia capaz de causar danos a pessoas caso seja utilizada para criar e disseminar mentiras.
Apesar do nome “Arte AI” indicar que é algo feito por máquinas, ainda não dá para criar sem o toque humano. É o artista AI quem cria uma base de dados e estimula a inteligência artificial a criar em cima desta base. Portanto, é possível influenciar sutilmente o que sairá como um resultado.
Veja este exemplo: um coletivo parisiense chamado Obvious alimentou um algoritmo com cerca de 15 mil imagens de retratos, criados em diversas épocas diferentes. Todas essas imagens eram de trabalhos artísticos reais. A partir disso, o algoritmo criou retratos próprios, resultando na obra Portrait of Edmond Belamy, vendida em 2018 por $432.500 mil dólares. Este é o marco da entrada da arte através de inteligência artificial no mainstream da arte.
Se você quer criar obras com IA, o primeiro passo é aprender alguma linguagem de programação e lógica de algoritmos. O coletivo AIArtists.org, por exemplo, é uma excelente fonte para quem quer se aprofundar na área e experimentar com ferramentas simples disponíveis online.
Apesar do avanço tecnológico e das conquistas atuais, esta ainda é uma área que precisa ser explorada e oferece muitas oportunidades de criação. Já existem diversos artistas, cientistas e engenheiros de dados estudando a capacidade das máquinas para criar imagens e, consequentemente, arte. É revolucionário por representar uma ferramenta criativa de possibilidades infinitas. Um mundo que parece abstrato, mas é totalmente racional e baseado em dados, provocante como a arte gosta de ser.
E você, já conhecia a arte IA?
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