Design

História dos Logos I: descubra a origem do primeiro logo

Saiba como dois mil anos de história influenciaram os logos mais conhecidos da atualidade, nesta primeira entrega do vídeo

A presença constante de marcas se transformou em um dos símbolos de identidade dos séculos XX e XXI. Faz décadas que invadiram nossa vida pública e, graças à tecnologia digital, chegaram a todos os cantos da nossa vida particular. Cada marca tem sua identidade visual, seu logo.

Mas por que alguns logos se conectam conosco de uma forma tão profunda? Qual foi o primeiro "logo" da história? Essa pergunta tem sentido? Descubra a resposta no vídeo a seguir, que apresenta a primeira parte da História dos Logos, focando na "pré-história" e nas origens desta forma de comunicação gráfica.

A simbologia religiosa

Praticamente desde sua origem, a humanidade usa símbolos para representar realidades complexas. De todos eles, há milhares de anos, alguns que mais êxito tiveram estão relacionados ao culto religioso: não é uma marca a cruz cristã criada há mais de dois mil anos? Ou a judaica Estrela de Davi? Ou então a estrela e o crescente dos muçulmanos?

Todas elas possuem um dos elementos-chave das marcas contemporâneas: sua capacidade para fazer referência a algo intangível, impossível de comunicar com palavras, mas que associamos a uma forma de comportar-se, de viver ou de ser. Nesse sentido, muitas marcas modernas utilizam mensagens de evolução pessoal e de espírito comunitário, tradicionalmente associadas ao culto espiritual.

Uma cruz cristã moderna: a Cruz do Milênio de Escópia, Macedônia
Uma cruz cristã moderna: a Cruz do Milênio de Escópia, Macedônia

Fabricantes e marcas de canteiro

O interesse por usar símbolos simples que denotam visualmente as características ou a qualidade de uma determinada marca também vem de longe. Peças de cerâmica foram encontradas em civilizações tão diferentes como a chinesa, a asteca ou o Império Romano, com marcas que fazem referência, por meio de símbolos básicos, a seus fabricantes.

Não podemos nos esquecer das marcas de canteiros, símbolos que esses construtores profissionais gravavam nos seus edifícios e que chegaram até nossos dias. Com essas marcas, os diferentes grupos de pedreiros indicavam sua origem, o tipo de rota em que trabalhavam ou seu grau de experiência.

Marcas de canteiro em forma de flecha no Priorado de Athenry
Marcas de canteiro em forma de flecha no Priorado de Athenry

A arte da heráldica

A partir do século X, com o estabelecimento das ordens de cavalaria na Europa medieval, surge um problema prático: os cavaleiros, cobertos com suas armaduras dos pés à cabeça, tornavam-se irreconhecíveis nos campos de batalha e torneios. E isso não podia ser permitido em uma época em que a honra e o reconhecimento bélico eram essenciais. Assim, estes cavaleiros começaram a decorar seus escudos com símbolos e cores que os diferenciassem dos demais.

Dessa forma tão prática surgiu a arte heráldica que, com o passar dos séculos, definiria também a rede vinculada a esses cavaleiros segundo a sua lógica: seus escudos, suas esposas, suas propriedades, seus territórios… os desenhos ficavam mais complexos, e seu alcance era cada vez maior, transformando o ego e a necessidade de reconhecimento dos nobres em uma das fontes de desenho mais relevantes da história.

Escudo de armas do ducado de Saxe-Altemburgo
Escudo de armas do ducado de Saxe-Altemburgo

Japão e os mon

Este sistema de identificação de clãs familiares existiu também no Japão, embora de forma menor. Ali apareceram os mon, emblemas circulares usados por famílias da aristocracia, que acabariam se estendendo ao resto da sociedade, de forma semelhante à difusão da heráldica.

Igual aos escudos medievais na Europa, os mon influenciaram a origem das primeiras marcas do país nipônico. Por exemplo, é sabido que o logo de Mitsubishi combina os emblemas familiares dos Iwasaki, a família do fundador da empresa de eletrodomésticos, e os Yamanouchi, os primeiros que lhe deram um emprego.

O mon do clã Toyotomi, usado atualmente como emblema do governo do Japão
O mon do clã Toyotomi, usado atualmente como emblema do governo do Japão

O primeiro logo? Bass Brewery

Embora existam várias marcas que disputam o feito de terem sido as primeiras a registrar um logo, por volta do século XIX, o caso mais paradigmático é o de Bass Brewery, uma popular marca inglesa de cervejas. Desde antes de meados do século XIX, a empresa colocava um triângulo vermelho em suas garrafas de Pale Ale e, em 1876, transformou-se na primeira marca em registrar seu logo, graças à aparição da Trade Marks Registration Act, que surgiu precisamente naquele ano.

Segundo reza a lenda, na manhã de primeiro de janeiro de 1876, um funcionário de Bass já estava a postos na frente do escritório londrino de registros para registrar a marca, depois de passar toda a noite do ano-novo esperando na rua para ser o primeiro.

O logo de Bass não é importante só por ser o primeiro, mas também por seu revolucionário desenho, que o diferenciou durante décadas de qualquer outra marca. Em uma época em que os logos eram sinuosos e complexos, cheios de detalhes difíceis de ler, Bass foi além e criou um triângulo vermelho. Um símbolo abstrato, minimalista e simples, que funcionou para a marca.

E o logo não somente vendia, como também foi incorporado na obra de artistas como Picasso e Manet, demonstrando seu papel central em uma sociedade onde as barreiras entre arte e comércio começavam a desaparecer.

A obra "Um bar no Folies-Bergère", de Manet, tem sua própria garrafa de Bass abaixo à direita e à esquerda
A obra "Um bar no Folies-Bergère", de Manet, tem sua própria garrafa de Bass abaixo à direita e à esquerda

Descubra o resto da história dos logos muito em breve.

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