Mariana Molinos

Mariana Molinos

Bailarina, Coreógrafa, Fotografa, Cinematógrafa.

São Paulo, Brasil

Mariana Molinos

Pois bem, quem sou?
Está é uma pergunta que segue a meu lado desde sempre.
Chamo-me Mariana, mas não estranhamente, possuo muitos outros nomes pelos quais atendo. Ao longo de toda vida, toda gente desvelou (e descobriu) quais outras tantas versões minhas existiam, simultaneamente, naquela mesma pessoa. Posto que sim, sou pessoa, mas também delírio, palavra, imagem e movimento. Alguns aspectos me saltam à mente agora que preciso me apresentar. Aliás, sobre a apresentação, o recorte de vir me apresentar artisticamente. Sou formada em psicologia, dança contemporânea e direção de fotografia para cinema. Sigo profundamente atravessada pela prática de Tai-Chi, que há 10 anos modifica significativamente minha perspectiva do mundo. Mas mesmo com todas essas informações, diria que algo relevante da apresentação escapa. E com isso convido há uma pequena viagem na minha história.
Eu fui uma criança muito solitária.
Cresci sumamente entre dunas, mar e morros. Muitos adultos, um irmão menor (que habilitou o amor voraz do cuidado) e animais. Meu pai, lindamente, apresentou-me um olhar meticuloso sobre as paisagens e tudo que é vivo, mostrou-me que o corpo é instrumento e não fim. Minha mãe vestiu o mundo de afeto. Encheu-me de palavras (com histórias e livros), música, filmes, mas antes de tudo de um encantamento profundo pelas pessoas. Penso que aqui, encontro as pistas de quem sou. Da Mariana artista. Bailarina, escritora e fotógrafa. Me demoro nas paisagens buscando o que é vivo, o que é humano, para alí, me sentir acompanhada. No corpo, na palavra, na imagem, procuro trazer à tona algo que apresente afeto, que estimule sensorialmente, que reporte ao mundo pessoal (não só o meu). Me interessam os segredos, as histórias, o olhar específico de alguém sobre algo. O modo como a luz banha uma superfície e nos conta algo novo. Há uns meses mirava um limoeiro, buscava encontrar um bom ângulo para foto. Horas sem sorte. Uma amiga se aproxima, conta-me de um dia de verão em que elaborando a perda de um amor cuidava do limoeiro e aí, ainda dançando em suas palavras, no tecido macio do afeto, o novo limoeiro se revela e a foto se apresenta. Caminho ainda timidamente sobre as fotos, mas cada a dia a feitura das imagens se mostra mais enrolada numa versão minha profunda, que talvez tenha sempre me acompanhado. Tirar uma foto é meu modo, silencioso, de pedir companhia, de dividir afeto.
Ainda não sei onde desejo ir, passo, nesse momento, por um campo suspenso, e me ocupo de olhar atentamente o que tem me movido, as fotos e vídeos que tenho produzido a fim de encontrar o fio que aponta o norte. Cedo ou tarde o rumo se apresenta.

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