Meu projeto do curso: Escrita criativa para iniciantes: dê vida à sua história
por Ana Oliveira @acro15_aninha
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Seu corpo todo estremece, o coração pula para fora de seu peito, visão se turva, a voz não tem forças para sair de sua boca, ela vacila num pedido de socorro. Escuta uma voz dizendo "está tudo acabado." procurando por todo lado mas é em vão, não há ninguém ali, além de si mesma em um quarto iluminado somente por um abajur. Um gelo percorre todo inteiro de seu corpo, parece que sua alma está saindo dele. Uma ânsia chega até sua boca, ela consegue sentir o medo na ponta de sua língua, mas do que seria esse medo, seria de algo, ou de alguém, ou ambos? Aquela mesma voz percorre por seu ouvido, mas desta vez não consegue entender nada. O pensamento que pode estar morrendo fixa em sua pele adormecida . Seu corpo começa a falhar, não sentindo a sua mão e seu rosto formigando fortalece mais seu medo, o tornando mais forte. Será que está dizendo algo ou alertando?
Uma voz ecoa sobre o quarto agora iluminado por inteiro. Essa voz é diferente, ela é doce, gentil, ao mesmo tempo com um tom de preocupação, agora em sua procura ela encontra grande olhos tons de mel que tem como proteção um óculos quadrado, seu cabelo marrom avermelhado combina com sua pele morena, seu sorriso é reconhecido imediatamente por Anne, ele é marcante por ser largo e ter uma abertura entre os dois dentes da frente. É Helena, mãe de Anne que a chamava pelo seu nome na intenção de fazer sua filha prestar atenção nela. Helena pergunta o que está acontecendo, mas a voz de Anne vacila novamente. Anne fica sem entender porque nenhuma palavra sai de sua boca. Aquela sensação de estar morrendo volta mais intensa, e ela tem a certeza de que sua hora chegou. Suas mãos ainda estão dormentes mas ela tenta de todas as formas encontrar as mãos de sua mãe, percorrendo os dedos pela coberta esverdeada e macia ela encontra os pequenos e finos dedos de sua mãe, ela tenta apertar na tentativa de sentir algo, mas é em vão. O choro se instala em sua garganta, ele fica lá parado, nenhuma lágrima cai, Anne se sente abandonada por seu corpo, por sua mente. Pensa porque não está lutando, pedi então em seus pensamentos a misericórdia de Deus e que ajude. Não percebe que os braços da mãe estavam envolvidos em seu corpo em um grande abraço, ela consegue sentir um pouco do seu toque percorrendo suas costas. Um cheiro muito familiar invade o quarto, o cheiro de protetor solar vem de sua mãe, aquele cheiro lhe trazia conforto, proteção, calma, alegria, lhe trazia as melhores lembranças, ele a fazia se sentir em casa em um abrigo particular. Enfim as lágrimas escorrendo desesperadas por seu rosto, o choro é tão intenso que por seus lábios sai um soluço que chega a doer seu peito, e seu grande corpo magro mais forte ao mesmo tempo se estremece. Anne consegue falar algo "estou com medo" sai como um sussurro, Helena não consegue entender e pede que tente repetir, com a voz trêmula sai um pouco mais alto "ESTOU COM MEDO". Helena pega no rosto pálido de sua filha e olha bem no fundo de seus olhos esverdeados e diz com toda clareza e força "estou com você, és mais forte do que isso que quer te consumir, é mais corajosa do que pensa." Anne não entendeu muito bem o que sua mãe quis dizer com aquilo, mas aos poucos seu coração foi se acalmando, e o choro diminuindo, e ela foi tomando consciência de sua quase morte, que na verdade estava disfarçada pelo pânico. Como pode não ter percebido, não ter visto os sinais, ela já havia passado por isso algumas vezes desde que se tornará mãe e vivia com medo dos pensamentos de fazer mal a sua filha, a filha que tanto ama. Como poderia fazer algo maldoso para alguém tão indefesa e que tanto ela amava, isso assombra sua vida e sua alma.
Anne consegue sentir seu corpo voltando aos poucos, suas mãos geladas vão apertando algumas partes de seu corpo para ajudá-lo a despertar da tempestade que colocou para dormir com seus raios que atravessam brutalmente as nuvens. As consequência da forte crise de pânico deixa Anne fraca, cansada, e confusa. Parece até que correu uma maratona para a qual não estava preparada, ou lutado com um grande monstro do UFC, será que era o passado ou presente que lutava bravamente com ela? Anne ainda não tinha encontrado o motivo que a fez chegar naquele estágio, será que ela tinha tido aqueles pensamentos horrorosos com sua filha, ou alguém lhe falou algo ou fez, o que ou quem foi que apertou o botão de pânico? Vasculha sua mente ansiosa para encontrar o motivo, se ela não encontrasse se sentiria vulnerável, ela teria a necessidade de ficar em modo alerta, pois poderia acontecer algo de ruim. Mal sabia que sua mente estava lhe pregando mais uma peça, nada aconteceria, era sua ansiedade, seus medos que falavam.
"Anne, filha, Anne você está me escutando?" Anne afastou seus pensamentos e olha para sua mãe, que toma suas mãos e diz "filha, me escute, você precisa descansar, relaxar e acalmar seu coração." Helena sabia que sua filha sofria com ansiedade e pânico, já vira várias crises da filha, então sabia quando estava acontecendo, sabia que muitas vezes ela perdia total consciência do que estava realmente acontecendo. Anne diz para a mãe ficar tranquila, pois ela estava mais calma, e ia fazer algo para relaxar e poder dormir, pois já era tarde, todos da casa já estavam dormindo, Helena acordou com uns barulhos e foi aí que foi até o quarto que sua filha estava para ver se estava tudo bem, naquele dia o marido de Anne havia viajado, e Anne preferiu não passar a noite sozinha em casa com sua filha, então foram para casa de seus pais.
Anne se levanta e segue para a cozinha para preparar uma bebida doce e quente, seus pais tem uma cafeteira igual a sua, ela sabe que sua mãe deixa as cápsulas de seus sabores favoritos separado em um pote de vidro, Anne liga a cafeteira e procura por seu achocolatado de caramelo, coloca na máquina e fica esperando a bebida quente cair em sua caneca de Hogwarts, ela é sua favorita, por isso tem duas, uma em sua casa e outra na dos pais. Ela toma a bebida com toda calma, que saborear cada gota, conforme o líquido quente desce por sua garganta ela vai sentindo seu coração aquecendo e se acalmando. Ela se lembra que levará um livro então pensa em ler-lo, pois sabe que a fará relaxar e dormir. O retira da mochila, sua capa é dura e tem um jardim selvagem mais belo ao mesmo tempo, há uma linda borboleta em forma de chave e uma raposa laranja no centro desse jardim, juntos eles ilustram a capa do livro " O Jardim Secreto" de Frances Hodgson. Após ler algumas páginas, Anne finalmente se sente completamente tranquila e relaxada, as páginas amarelas vão dando espaço para o sono se acomodar. Anne não pensa em mais nada, se deixa levar com uma pluma pelo vento, então envolvida pelo jardim secreto ela adormece.
2 comentarios
shaun_levin
Profesor Plus@acro15_aninha Hola Ana, gracias por compartir tu historia con nosotros. Leyendo sus contribuciones en los foros, imagino que también hay algo de experiencia personal en la historia. Realmente capturas esa sensación de estar dentro de un ataque de ansiedad. Para mí, el momento más poderoso fue el olor a protector solar en la madre, un momento que evoca el mar y el sol incluso sin mencionarlos. Hermoso. Mi sugerencia sería experimentar escribiendo esto en primera persona, y tal vez comenzar con estas líneas (perdonen la traducción de Google): 'Eu ouço uma voz dizendo "está tudo acabado". procurando em todos los lugares, mas em vão, não há ninguém além de mim em uma sala iluminada apenas por uma lâmpada.' La primera persona nos llevará directamente a la experiencia y hará que la historia sea más inmediata. Sé que no es fácil escribir desde adentro ese sentimiento de pánico, pero tal vez incluso si te mueves entre el "yo" y la "ana" creará ese sentimiento de estar en nuestros cuerpos y fuera de ellos que puede suceder cuando experimentamos ansiedad.
También me gusta mucho lo que escribiste en el foro para tu ejercicio "No recuerdo...". Tal vez podrías entretejer eso en esta historia. Se siente como si funcionaran bien juntos. Y estoy de acuerdo contigo sobre los libros y la lectura: ¡a veces son el mejor antídoto contra la ansiedad! Gracias de nuevo por tu participación y por compartir tus escritos. Saludos cordiales desde Madrid.
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acro15_aninha
@shaun_levin ¡Hola profesora! Yo estaba muy feliz con sus comentarios. Primero escribo este texto en primera persona, pero no me gustó, intentaré escribirlo nuevamente en primera persona. Sufro mucho de ansiedad y pánico, entonces en el texto tiene un poco de verdad mezclada con ficción. Siempre quise escribir sobre este tema, y gracias a este curso logré poner todo lo que siento, viví y viví.
Gracias por este increíble curso. Él fue una de las muchas razones que me hicieron levantarme de la cama y darle a la vida una nueva oportunidad de vida. La literatura y la escritura pueden salvar muchas vidas. Gracias una vez más. Un abrazo muy cálido desde Brasil.
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