Meu projeto do curso: Introdução à reportagem visual
por Claudio Inacio @netnoticias
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BANCA CENTRAL SE REINVENTA NA ERA DIGITAL
Com a redução de revistas e jornais, banca oferece serviços para sobreviver às mídias digitais

A Banca Central, banca da Cacilda como é conhecida, fica no centro da cidade de Piraúba, atualmente Willian Gonçalves, filho da Cacilda, luta para manter o legado desse espaço e vem se reinventando para continuar no ramo.
Willian Gonçalves, um jovem empresário, aposta na diversificação de produtos e na fidelização da clientela para continuarem sobrevivendo. Há 27 anos a banca está instalada na Praça Guarurama, atualmente Willian está à frente da única banca da cidade, onde antes sua mãe, Cacilda, trabalhava.
A era digital afastou os clientes, sim, mas não foi o fim.

Você se lembra a última vez que entrou em uma banca de jornal? Pois é, o setor de jornais e revistas impressos está apresentando queda há alguns anos no Brasil, dados de setembro de 2021 mostraram uma queda de 13,6% no número de exemplares de jornais impressos circulando no país.
Isso está principalmente relacionado ao advento da era digital, hoje em dia se tornou muito mais fácil saber as principais notícias com uma rápida pesquisa na internet, uma maneira muito mais prática de consumir conteúdo e ter acesso à informação.
Contudo, engana-se quem pensa não haver mais mercado para as bancas de jornal. Além de um público com dificuldade em se adaptar a todas essas mudanças tecnológicas que o mundo está passando, é possível atrair um público mais diverso, trabalhando melhor o mix de produtos dentro de uma banca de jornal e investindo em novas maneiras de vender.
Quem tem banca de revistas e jornais há alguns anos já vem percebendo como a forma de consumir conteúdo mudou ao longo dos anos, o que reflete diretamente na queda das vendas de jornais e revistas impressas.
A diversidade de produtos que vai trazer novos perfis de clientes para o estabelecimento.

Existem muitas possibilidades do que colocar para vender em banca de jornal, algumas sugestões são: salgadinhos, café expresso, apostilas para concursos, livros, revistas, gibis, cigarros, doces variados, quebra-cabeças, mapas, acessórios para celular e, além disso, oferecer outros serviços como recargas para celulares, impressão de fotocópias, plastificação de documentos ou cópias de chaves.
As formas de pagamento que você aceita em seu negócio também influenciam no seu volume de vendas, portanto, procura trabalhar com diferentes métodos, como cartão de crédito e débito, dinheiro e alguns mais atuais, como o pix.
COLECIONADORES

Existem muitos colecionadores que ainda frequentam bancas de jornal, isso acontece porque quem é colecionador não vai atrás de uma revista online para ter em sua coleção, o que eles procuram são justamente produtos físicos. E é por isso que toda banca de jornal precisa ter coleções.
CDs e DVDs antigos, álbuns de figurinhas, filmes europeus, best-sellers, livros técnicos e obras de grandes filósofos, como Nietzsche, são apenas alguns exemplos dos principais produtos procurados por colecionadores.
REDES SOCIAIS E INTERNET
Não é porque grande parte do seu público prefere continuar consumindo conteúdo de maneira tradicional, que a banca não deva inovar na maneira de mostrar seus produtos.
A Banca Central mesmo, criou uma conta comercial nas redes sociais, é verdade que elas têm um alcance muito maior e são indispensáveis para o crescimento. Facebook e Instagram são excelentes opções para estreitar o relacionamento com os consumidores. Willian procura alimentar sua página com uma boa frequência para aumentar o engajamento de seu público, posta as novidades do dia, promoções, coleções exclusivas, principais notícias, etc.

A ENTREVISTA
Com o intuito e ouvir o que nosso personagem principal pensa sobre a atual situação das bancas, fizemos uma pequena entrevista.

NETNOTICIAS: Qual é a história da banca Central?
William: A Banca Central é uma empresa familiar, adquirida em um momento muito difícil de nossas vidas, com três filhos e desempregada, minha mãe Cacilda decidiu entrar no negócio, após uma excelente proposta feita pelo seu irmão, que havia comprado a banca de uma empresária que havia instalado a banca na cidade de Piraúba. Sem conhecimento nenhum, e sem nenhum planejamento, na necessidade mesmo, minha mãe decidiu abraçar o negócio e tirar dali o sustento de sua família.
NETNOTICIAS: Como é ter uma banca atualmente?
Péssimo, não recomendo a ninguém.
NETNOTICIAS: Qual é o perfil da maioria dos clientes assíduos atualmente?
Este é o problema, o cliente sumiu, o comércio físico tem sofrido muito, devido à pandemia e principalmente ao salto evolutivo da internet e das compras on-line. E a banca foi uma das que mais sentiram esse impacto com a mudança do consumo.
NETNOTICIAS: Como enxerga a redução no número de clientes? A era digital afastou os clientes?
Enxergo com muita tristeza e preocupação, a razão de uma empresa existir é gerar lucro, lógico que existem razões secundárias , no caso da banca nossos pilares sempre foram trazer informação, cultura e lazer para a comunidade piraubana, sempre com o melhor atendimento, porém sem o cliente tudo desmorona. A era digital afastou e concentra os clientes em poucas empresas, grandes conglomerados internacionais que a princípio tem sido vantajoso para o consumidor, porém no longo prazo com o fim das pequenas e médias empresas, o futuro poderá ser sombrio com a junção dessas empresas na formação de cartel e os únicos que poderão impedir seus abusos serão os sistemas políticos, que todos sabemos na maioria são altamente corruptíveis.
NETNOTICIAS: Qual foi a situação mais engraçada que você vivenciou na sua banca?
Nosso cérebro , ao longo da evolução humana, tende a guardar as experiências traumáticas, ruins e esquecer as boas, é um mecanismo eficiente de autoproteção, você sempre se lembrará do camarão estragado que comeu na praia e quase te matou, mas nem sempre se lembrará da deliciosa comida naquele dia qualquer do mês passado. Não tenho recordações de nenhum fato engraçado que tenha vivenciado na banca, mas lembro muito bem de dois fatos traumáticos, o primeiro foi uma guerra eleitoral entre partidos políticos durante uma disputa eleitoral pela prefeitura da cidade, embora nunca tenha me envolvido com nenhum partido, sempre mantendo a posição de neutralidade, a praça Guarurama tornou se palco dessa guerra, com muito fogos de artifício, carros de som e bombas caseiras, estas últimas eram maldosamente armadas embaixo da banca, o que me causaram danos auditivos permanentes e o segundo fato foi o envenenamento e corte das árvores que sombreavam a banca, em uma época de extremo calor na cidade lembro de chegar todos os dias passando mal em casa, sofria de insolação forte, que só cessou com a construção de um telhado metálico sobre a banca.
NETNOTICIAS: Você conhece outro dono de banca? Tem alguma relação com outros empresários desse mercado?
Sim, mantemos contato por grupos de WhatsApp, mas sem nenhuma relação direta
NETNOTICIAS:: Qual é a sua visão sobre o futuro das bancas de jornal?
Não é das melhores, um produto tradicionalmente de bancas, as figurinhas da copa do mundo neste ano estão com dificuldades de ser encontradas em muitas bancas como relatam alguns colegas de profissão, muitos receberam os produtos álbum e figurinhas muito abaixo do esperado, mas o produto é facilmente encontrado na internet e nas grandes redes lojistas e supermercadistas. A tendência é de que as bancas se transformem em mini lojas de conveniência e vendam diversos produtos para continuarem a existir.
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Esse é um setor em que “reinventar” não é uma questão de opção. As bancas afirmam que não vão acabar, mas como todo empreendimento no Brasil, o futuro é incerto. Enquanto isso, a Banca Central, banca da Cacilda, contínua na Praça Guarurama, ponto central da cidade, ao lado da Câmara de Vereadores e de um ponto de ônibus, que muitos chamam de rodoviária, e sendo um ponto de encontro, onde antigos e novos frequentadores se encontram, os antigos buscam o saudosismo das mídias em papel e os novos produtos e serviços que essa lhe oferece.
Reportagem e Fotos: Cláudio Inácio.
Jornalista Multimídia
@oficial_netnoticias
2 comentarios
netnoticias
@gladyserrano Mi proyecto se inspiró en el tuyo, ya que me cuesta mucho contar historias, de verdad, mi reto era investigar, afinar, recopilar material fotográfico y editar un proyecto de este tipo.
Tu curso me lo hizo posible. Aprender haciendo fue muy agradable y pronto tendré más temas como este.
Observación:
Este artículo no fue emitido a pedido del entrevistado, quien me ayudó mucho en este curso y autorizó el trabajo solo para este fin.
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netnoticias
Triste noticia, 3 meses después de este reportaje y una fuerte lluvia, provocó que un árbol cayera encima del quiosco. Gracias a Dios no golpeó a nadie, pero además de dañar el banco, William no tenía ganas de volver al trabajo. Hoy está cerrado.
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