Nascimento e (In)dependência: de Hipocrisis à Pia Fraus
por Maia Gonçalves @maia_g
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Nascimento e (in)dependência
De Hipocrisis a Pia Fraus
Hipocrisis é um processo indefinido em sua temporalidade, podendo ser atualizado anualmente ou interrompido em um determinado tempo e ser retomado ou não. É um projeto que se permite ser ouroboro em sua essência e em suas linguagens.
“Hipocrisis” é uma persona que imprime algumas incongruências humanas. Debocha da nossa capacidade de sermos hipócritas ao tempo que negamos esta condição enquanto nossas. Embora estejamos sempre dispostos a condicioná-la ao outro. Tornamos alheia uma característica humana, se a hipocrisia fosse personificada ela não seria hipócrita.
Ao pensar a hipocrisia, passei a me dedicar ao tema e cheguei à simbologia dos espelhos e ao termo Pia Fraus, que em vias gerais e genérica é uma expressão advinda do latim que significa “mentira piedosa”, “mentira sagrada” (Gustavo B. N. Costa, 2009). A mentira é uma ironia da vida, nós mentimos quando sabemos que a nossa verdade não vai mudar a vida do outro, apenas entristece-lo. Nós mentimos para nós mesmo, mas pelo oposto: por já estarmos tristes. Somos guiados por uma verdade humana que de algum modo faz sentido internamente. Nós mentimos que não estamos mentindo, mas a parte mais profunda de nós nos reconhece e nos coloca diante dos mais variados espelhos e a mentira sagrada usa um véu e o que tem por baixo é profano. Acessar essa realidade angustiante não foi uma escolha, foi um mecanismo furtivo e doloroso.
Foi quando assumi para mim essa persona enquanto artista para fazer autorretratos e editá-los de modo que chegue ao que eu chamo de “autorretrato metafísico”, uma tentativa utópica e empírica de fotografar “o dentro”. E assim, Hipocrisis pariu sua mãe, Pia Fraus. Ambas tentam apenas se posicionarem como seres que tem em si a consciência bruta de pensar sobre seus sentimentos mais profundos e sobre suas ações. Uma satura em cores, tem um escracho óbvio, tosco e social; a outra é uma tentativa de compreensão tão imersa em si que se dispõe a ser partilhada.
Pia Fraus, que em vias gerais e genérica é uma expressão advinda do latim que significa “mentira piedosa”, “mentira sagrada” (Gustavo B. N. Costa, 2009). Pia Fraus é uma persona que nasceu a partir de um outro projeto chamado Hipocrisis, que considero a filha que pariu sua mãe, a persona Pia. Esta persona, enquanto artista, são autorretratos editados de maneira espelhada, um tanto surrealista, de modo que eu chamo de “autorretrato metafísico”, uma tentativa utópica e empírica de fotografar “o dentro”. Pia Fraus é a tentativa de se posicionar como um ser que tem em si a consciência bruta de pensar sobre seus sentimentos mais profundos e sobre suas ações. Tem uma compreensão tão imersa em si que se dispõe a ser partilhada.
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