O último show
por Nathalia Mageste @nathaliamageste
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Descrição dos personagens:
Nome: Odette Marion
Profissão: Cantora
Idade: 48 anos
Estado civil: Divorciada duas vezes
Resumo: Gosta de viver a vida intensamente e ser notada. Seu cabelo é curto e loiro, com fios grisalhos. Usa um vestido longo preto que cobre suas sandálias douradas. Na sua mão direita usa apenas um anel de ouro no dedo mínimo, com suas iniciais “OM” é uma espécie de amuleto que a acompanha em todos os shows. Está com um par de brincos não muito relevantes e um colar com pérolas médias, um pouco chamativo.
Nome: César Armani
Profissão: indefinido
Idade: 35 anos
Estado civil: Solteiro
Resumo: Muito persuasivo, olhar misterioso e penetrante. Moreno, cabelo curto, castanho escuro, carrega um óculos de sol preso à corrente do seu pescoço. Usa uma camiseta preta, calça jeans, coturno e jaqueta preta, e tem uma bandana amarrada no punho esquerdo, para tampar uma possível tatuagem.
Nome: Emily Schneider
Profissão: Atendente de lanchonete / Estudante de artes plásticas
Idade: 26
Estado civil: Solteira
Resumo: Seu cabelo é médio, claro com uma franja lateral. Extrovertida, adora falar sobre tudo, é uma jovem que conversa no ponto de ônibus, fila de supermercado e onde tenha pessoas, e em algumas situações pode até ser ingênua nessa troca de informações. Dedica boa parte do seu tempo à faculdade, uma vez que ganhou bolsa de estudos e não pode vacilar. Trabalha numa lanchonete pela manhã, porém sua renda mal dá para pagar as contas e o aluguel de uma quitinete. Carrega um bolsa no ombro, com seus pertences da faculdade. Veste roupa básica: blusa comprida, calça jeans e uma sapatilha.
Nome: Akira Sasaki (conhecido como Srº Sasaki)
Profissão: Empresário
Idade: Ninguém sabe sua idade ao certo
Estado civil: Casado
Resumo: É um homem de negócios, muito cordial, pois não aceita que ninguém tome seu posto de homem admirado e respeitado. Por fazer alguns favores, consegue até aliados e defensores, mas pode mostrar sua verdadeira face quando se sente ameaçado. Gosta de manter todos que importam bem perto, para observá-los, o que reflete bem a frase “mantenha seus amigos por perto, e os inimigos mais perto ainda”. Usa roupa social, gravata e sapato.
Cenário:
É noite, no Kamikaze’s Bar, e o estabelecimento é dividido em duas partes. Os shows que ocorrem na parte superior camuflam o que acontece no subsolo: jogos na maior parte ilegais, como baralho, bingo, máquinas de caça-níqueis entre outras jogatinas. O proprietário, Srº Sasaki, molha a mão de alguns agentes corruptos, que fazem vista grossa para os acontecimentos que ocorrem no local.
1ª parte
Após fazer sua refeição leve e balanceada, Marion decide relaxar. Lá fora as coisas parecem mais divertidas, já é possível ouvir a primeira estrofe de “I won’t let you down” do Ph.D. Então sai do camarim cantarolando a melodia, com um cigarro na mão, mas ela nunca lembra onde deixa seu isqueiro, é sempre assim. O bar ainda tem pouquíssimas pessoas, então decide sentar-se em uma cadeira isolada, perto do palco. Ela acena para o garçom mais próximo.
Marion: - Garçom, por favor...
Garçom: - Sim! O que deseja senhora, Marion?
Marion: - Fogo! Você tem? rs! – Disse ela piscando para o garçom.
Garçom: - Só um minuto! – Respondendo de forma profissional.
Imediatamente um homem robusto, num estilo alemão, saiu de uma mesa próxima e ofereceu seu isqueiro. Marion, sem pestanejar esticou uma das mãos e tomou o objeto.
Marion: - Jesus Cristo, mas que porcaria de isqueiro é esse? Roubou de alguma prostituta? – Disse com o cigarro na boca, tentando fazer fogo pela terceira vez. Mais uma tentativa, por fim, conseguiu.
O homem não entendeu bem sua fúria, talvez nem falasse direito seu idioma, então pegou o isqueiro de volta e se distanciou.
Quando começa a fumar, Marion recebe uma mensagem em seu celular. Desconfortável, apaga o cigarro, ainda na metade, e ao chegar perto do palco, o garçom se aproxima com um isqueiro:
Garçom: - Senhora Marion! Está aqui como havia pedido.
Ela respira fundo, fecha os olhos e começa a subir para o palco.
Garçom: Senhora, peço desculpas pela demora, não irá se repetir... – e então se afasta
2ª parte
O bar já está bem cheio, e sua sobrinha chega um pouco ofegante, pois veio às pressas da faculdade, só para ver a tia cantar. Ela acena para Marion rapidamente, e decide sentar-se no balcão, onde os bartenders podem servi-la com mais atenção.
Emily: - Oi! Pode me ver uma bebida?
Bartender: - O que gostaria de beber hoje?
Um rapaz então se aproxima, com um copo de uísque quase vazio nas mãos se dirigindo a Emily.
César: - Eu bebo para aliviar a tensão e você?
Emily: - Eu não sou de beber, mas depois de hoje...
César: - Depois de hoje, o quê?
Emily: - Não me saí bem em uma prova da faculdade.
César: - Amigão! Serve para ela a melhor bebida que você tem aí. É por minha conta. – diz ao garçom. Ah! deixa eu me apresentar... César – ele cumprimenta Emily dando um beijo em sua mão.
Emily: - Me chamo Emily, e obrigada pela bebida. Olha só o que uma nota baixa faz comigo! – diz um pouco constrangida.
César: - Tá fazendo qual o curso? - bebendo um gole de sua bebida
Emily: - Artes plásticas, eu desenho desde criança, sou fascinada pela arte. – ela fala enquanto toma sua bebida.
César: - Desenha de tudo?
Emily: - Pra falar a verdade, um pouco de tudo... Ainda preciso aprimorar meu traço, mas gosto de desenhar plantas de casas, vestidos e até rostos.
César: - Aí, maneiro! Sabe que a gente tem algo em comum? Também gosto de traçar... principalmente o destino de algumas pessoas. Tem muita gente por aí falhando comigo, sacou?
Emily se sente um pouco intimidada, e César percebe que o copo dela já está vazio, então chama a atenção do bartender com um assobio:
César: - Traz mais uma aqui para minha amiga! Porque hoje ela precisa de diversão. É ou não é? – enquanto fala coloca a mão sobre o ombro dela.
O álcool já começara a fazer um efeito relaxante, e o segundo copo chega.
César: - Esse bar aqui tá muito repetitivo, traz sempre as mesmas atrações, já tô começando a ficar enjoado. Por exemplo, toda vez que eu vejo ela no palco, parece que tá bêbada, é sempre a mesma coisa... – Apontando para Marion.
Emily: - Aquela no palco é minha tia, sabia disso? Como ousa falar dela assim? – disse amistosamente. – Uhull! Nossa! Acho que já tô sentindo o efeito do álcool – colocando as duas mãos para cima como se estivesse descendo de uma montanha russa.
César disfarça, e é óbvio que sabia do parentesco, só precisava de um pretexto para falar sobre Marion. E Emily era apenas uma presa fácil que poderia lhe passar as informações que ele precisava.
César: - Já que é parente da cantora, então a princesa deve saber o motivo desse alvoroço... Me conta por que que esse lugar tá tão lotado assim, isso aqui costuma ter meia dúzia de gatos pingados. A gente sabe onde é que lota de verdade, não é? – apontando para baixo.
Emily: - Acho que é porque a minha tia tá com viagem marcada, então esse vai ser o último show do ano. Deve ser por isso... Eu raramente venho aqui, minha tia sabe que a faculdade me suga e o trabalho idem, mas hoje prometi que viria.
César: - Ela sabe que você veio prestigiar sua despedia? Hun?
Emily: - Eu não diria despedida – sorrindo com o canto da boca em tom desconfortável.
César: - A gente tem uma mania de associar despedida com a morte? Fala se não foi isso que você pensou? – rindo ironicamente.
Emily: - Garçom, pode me trazer um aperitivo e um copo d’água, por favor?
Garçom: - Claro, Emily!
César: - Tu conhece o funcionário?
Emily: - Tivemos um rolo mal resolvido... é passado.
César: - Conta pra mim, onde é que ela resolveu se esconder dessa vez, hein? – apontando para o palco.
Emily franze a testa imediatamente e pensa: - Se esconder? Dessa vez? - Mas estava meio tonta para pensar, deu de ombros e prosseguiu: - Não sei, só me disse que precisava ir ao México resolver algo por lá ou rever uma pessoa. Esses dias eu escutei ela falando com alguém no telefone que sua última visita tinha deixado o pessoal do quartel nervoso... quartel não, cartel, eu acho. Mas é segredo, entendeu? – usando o indicador e o polegar em frente à boca fazendo um sinal de zíper.
César: - Eu quero saber quando a madame vai! Pra que dia tá marcada a viagem?
Emily: - Eu não sei, eu acho que já te contei demais.
César: - Como não sabe? Qual foi? Eu acho melhor você terminar de me contar sua historinha, porque eu costumo ficar bem nervoso com gente que me conta as coisas pela metade. – Estalando os dedos. – E você não vai querer me ver nervoso, vai? – Usando um tom ameaçador.
Emily: - Acho melhor a gente parar por aqui, tá meio tarde, e eu preciso ir embora... – tentando se levantar.
César: - Senta aí! Eu não sei se a princesa conhece a frase: Dai a César o que é de César, hun? Porque parece que a titia ali nunca ouviu falar. – Ele bate no balcão e se levanta.
Emily: - Ei! Qual o seu problema? Ei! Eu tô falando com você... Babaca.
César se enfia no meio da multidão e fica de frente para o palco, ao notar sua presença, Marion fica paralisada, e se esforça para continuar cantando. É aí que César faz um típico gesto de ameaça, onde simula cortar o próprio pescoço com o dedo polegar, enquanto diz, sem emitir som: - Sou eu quem vai calar sua voz. – Marion faz leitura labial.
No mesmo instante, a cantora sente os sons dos instrumentos cada vez mais longe, seus olhos só enxergam César, enquanto ouve as batidas aceleradas do próprio coração. A adrenalina domina seu corpo, sem controle não há mais como se manter de pé. Marion cai de uma só vez, e César mira na saída. Todos se reúnem para socorrê-la, inclusive a sobrinha que se abaixa imediatamente para tentar reanimá-la.
3ª parte
Emily: - Alguém chama a ambulância – aos berros.
Alguém já estava ligando para emergência, mas enquanto a ambulância não chegava, o Srº Sasaki, proprietário do bar, sai de sua posição empurrando tudo o que estava na sua frente, se abaixa e grita:
Srº Sasaki: - Se afastem! – Então checou o pulso de Marion e começou a massagem cardíaca, enquanto murmurava: - Vamos Marion, anda... fala comigo...
Emily: - O que minha tia tem? - A sobrinha leva as mãos ao rosto em tom de desespero.
Srº Sasaki não parava a massagem, e com voz ofegante responde: - Não tenho certeza, parece que foi envenenada..., mas ainda respira.
De longe já era possível ouvir o som da sirene, eram os paramédicos chegando para socorrer a vítima. Nesse instante, a sobrinha pega o celular do bolso, se afasta da multidão, e disca para a polícia. O Srº Sasaki a observa, então chega por trás dela e diz:
Srº Sasaki: - Tá fazendo o quê?
Emily: - Pedindo socorro pra polícia...
Srº Sasaki: Socorro pra quê? – sem pensar duas vezes toma o celular da mão dela e desliga.
Emily: - O que você pensa que tá fazendo? Devolve meu celular...
Srº Sasaki: - Não enfia o nariz onde não deve, só sai! – ordenando
Emily: - Eu não vou sair, vou dizer à polícia que tinha um cara estranho aqui e...
O dono do bar dá um corte brusco na conversa, aperta seu braço com força, e prossegue olhando dentro dos seus olhos:
Srº Sasaki: - Eu não vou falar de novo, você tem que sair... e se chamar a polícia vai sobrar pra Marion. – Diz lançando o celular em direção à saída, e então some no meio da multidão.
Emily se apressa para resgatar o aparelho e sente que há algo muito maior do que imaginara, mas não é hora de chamar a polícia, ela precisa ir para o hospital agora, na esperança que sua tia sobreviva, pois ainda há muito para ser descoberto. Com toda essa confusão, César ganhou tempo para desaparecer...
*Professora Jimena: Para separar as partes da história, usei essa estratégia:
1ª parte: ênfase para Marion e o garçom
2ª parte: ênfase para Emily e César
3ª parte: ênfase para Emily e Sasaki
2 comentarios
jimenaemeuve
Profesor Plus¡Hola, Nathalia!
¡En qué suspenso nos dejas! :)
[*]
Creo que formulaste una buena historia, el sistema de personajes los enlaza muy bien y creo que podrías contar todavía varios capítulos sin necesidad de agregar personajes.[*]
En cuestiones de formato, entiendo tu convención para dividir en parte 1, 2 y 3, esa es la lógica que siguen las obras de Shakespeare, por ejemplo para el cambio de escenas: la entrada y salida de personajes. Sin embargo, para efectos de este texto, creo que la voz narradora que utilizaste marcaba la transición con claridad, si quisieras podrías prescindir de la división.[*]
Otra cosa es que si pones el nombre del personaje ya no es necesario poner el guion, una opción u otra basta.[*]
La primera parte es una gran presentación de personaje, felicidades por eso.[*]
Por último, ya en las notas finas, cuando Emily pregunta "¿Sabías que la que está en el escenario es mi tía?" es un parlamento que se siente puesto a propósito para continuar la historia. Es decir, es importante que nos des esa información, pero podía ser un dato que saliera de otra manera dentro de la conversación. Si César quiere acercarse a Emily para sacarle información de Marion, seguro que puede hacerle preguntas sobre la cantante hasta que Emily declare que es su tía. Luego toda la indagación de César está muy bien construida, ahí te diste el tiempo muy bien de ir desarrollando los diálogos para generar la tensión.Esas son mis notas, Nat.
Muchas gracias por tu trabajo, hiciste hablar a tus personajes con mucha potencia y claridad.
nathaliamageste
@jimenaemeuve
Me encantaron tus pensamientos, son muy importantes para mí, nunca había escrito ningún diálogo, que experiencia tan maravillosa ❤.
Muchas gracias por su ayuda.
Me encantó el curso.
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