A MENINA QUE CAIU DO PRÍNCIPE
by Katia Sentinaro @katiawadt
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Minha história é baseada em fatos de minha infância. O desfecho real foi uma bela bronca, então incrementei um pouquinho. Também tinha montado com ilustrações, mas não consigo inserir um arquivo só e quando salvo em jpg desconfigura.
Aguardo as considerações dos colegas e do professor e escritor Ilan Brenman. Amei o curso, obrigada!
A MENINA E O PRÍNCIPE
Era uma manhã de sábado ensolarado e Clara acordou animada, pois iria passear no sítio de seu avô. Arrumou suas roupas, pegou a boneca - sua companheira de todas as horas - e já estava pronta quando seus pais a chamaram para a viagem.
Sempre era uma festa visitar o avô, pois encontrava seus três primos, Heitor, Lucas e Mateus, que moravam na região e eles brincavam bastante.
Chegando ao sítio, o avô reuniu a criançada e anunciou que havia uma surpresa:
- Temos um cavalo novo, que ganhei de meu vizinho. Seu nome é Príncipe.
As crianças ficaram loucas para conhecer o animal, largaram os adultos conversando e correram para o pasto. Quando o avistaram, viram que ele era bem alto e tinha o pelo muito dourado. Era o mais lindo cavalo que já tinham visto: a crina comprida e brilhante, o porte majestoso!
- Parece que ele é de ouro mesmo, pensou a menina, fechando os olhos e se imaginando uma rainha num passeio pelo sítio. E foi logo palpitando:
- Quero dar uma volta com minha boneca. Somos as damas do rei! Me leva, Heitor? Pediu a garota ao primo mais velho, que normalmente era o responsável pelos passeios de burrico ou charrete.
Mas daí, todos tiveram a mesma ideia.
- Eu também quero andar no Príncipe!
- Eu também quero ir!
- Mas eu vou primeiro, disse a menina, dando um passo a frente. Sou a princesa Clara à procura de uma fada madrinha para a boneca Arandela. Não sei se sabem, mas as damas do rei têm sempre preferência.
- Não, eu que vou! Sou um cavaleiro andante, amigo de Dom Quixote – disse Lucas apontando seu cachorro que se chamava Quixote -, lutando com os insetos gigantes da fazenda. Vocês sabem, tem muita abelha nas laranjas que vamos colher mais tarde.
- Eu vou primeiro - protestou Mateus - sou um soldado em missão de resgate. Vovô pediu para eu pegar os ovos do galinheiro e as aves sempre me atacam.
- Eu que vou, eu que vou, eu que vou! Falavam todos ao mesmo tempo, numa confusão. Até o primo mais velho, não queria ceder sua vez.
- E se fossemos todos juntos? Sugeriu Clara.
- Mas eu não consigo segurar todos vocês, alegou Heitor.
- A gente pode emendar nossas blusas, daremos nós em nossas roupas. Assim, um segura o outro, sugeriu a menina. Que tal?
- Mas e a boneca?
- Ah, levo a boneca no bolso do meu casaco, não tem problema.
- Pode ser uma boa ideia, disse o menino mais velho.
E lá foram eles, os quatro juntos mais a boneca montados no cavalo. Nem pensaram que seria muito peso para o Príncipe. Mas não deu nem um minuto, o bicho ficou cansado e resolveu subir um pequeno morro onde costumava parar para tomar agua.
Era fim de tarde, e o sol batia bem na frente deles, refletindo no pelo do animal. Por conta da luz, os meninos não viram o galho de uma árvore que acabou enroscando na blusa de um deles. Aí, como todos estavam com as roupas emendadas, o cavalo continuou andando e eles foram escorregando para trás, bem devagar, e ficaram pendurados na árvore.
- E agora? Como vamos sair daqui? Indagaram os meninos.
- Temos que chamar o Príncipe de volta, sugeriu Heitor.
- Já sei, disse Clara. A menina tirou a boneca do bolso e começou a sacudir o brinquedo na direção do cavalo. Este, achando que fosse uma cenoura, foi até os garotos.
Quando o animal estava bem embaixo deles, a menina gritou:
- Agora, se soltem!
Todos pularam e se encaixaram direitinho nas costas do cavalo. Porém, com o peso das crianças o Príncipe se esticou na grama e não saiu mais do lugar. Ficou lá empacado. Ou seja, não teve passeio para ninguém!
Nesse momento, apareceu o vizinho do sitio, com alguns pôneis e burricos. As crianças não tiveram duvidas, saíram correndo até ele e pediram para dar uma volta naqueles animais, que nem eram tão formosos quanto o cavalo novo. E dessa vez, cada criança foi numa montaria, sem brigas.
Até acabaram se esquecendo do Príncipe, que ficou descansando na relva, com a boneca de Clara ao seu lado.
Depois da aventura, a menina tomou um bom lanche e retornou para casa com seus pais. Ela estava tão cansada, que dormiu durante todo o trajeto.
No outro final de semana, Clara foi novamente ao sítio. Chegando lá, o avô contou outra novidade: havia um balanço na figueira que ficava ao lado do riacho.
Os quatro garotos correram animados para o local.
Chegando lá, a menina colocou os dedos no queixou, pensativa, com uma grande dúvida:
- Quantas crianças conseguiriam ir juntas no balanço?
Fim

3 comments
ibrenman
Teacher PlusHi Katia
First of all, thanks for sharing your story with us.
I liked your story, it's charming. The narrative structure worked very well, we have the 5 points commented on in the course, a humor that always attracts the reader, an ending that opens up to other adventures, I really like those endings. In my view, the text is rounded, but if you feel like stretching it a little more, it's not an obligation, but the plot would allow you to do it. I would choose a very playful illustration with colors that evoke country life. The example illustration you sent in my opinion does not fit your text, I would need to look for other strokes.
Well, I hope I helped.
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katiawadt
@ibrenman Thank you so much, you can't imagine how important your analysis is to me. I will always remember your lessons and try to improve my texts for children. You helped a lot! A hug!
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katiawadt
@ibrenman , as for the illustration, I didn't change it, because I'm not an expert on it, my main focus was the text. But your observation served to open my eyes to this aspect that is very important for children's books. If I make this story or any other a book, I will have a more critical view of the images. Thank you so much, once again.
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