O Cocô que só queria ajudar
by vieira.ademar @vieira_ademar
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O cocô que só queria ajudar
Texto: Ademar Vieira / @ademar__vieira (Instagram)
Ilustração: Ana Valente / anavalenteart.com (site)
Ali na grama, havia um cocô e todos que passavam por ele desviavam o caminho.
— Cuidado com o cocô! — Alguém gritava e ninguém ousava se aproximar dele.
O cocô ficava muito triste com isso. Então, ele decidiu mostrar que era bom e que ninguém precisava fugir dele.
— Eu vou ajudar os outros! Assim, todos verão que não precisam me evitar! — pensou o cocô.
Perto dali, o cocô viu uma menina que havia perdido a sua boneca e a estava procurando, junto com sua amiguinha.
De longe, ele viu a boneca da menina, que estava atrás de um arbusto. O cocô foi lá e pegou a boneca pelos cabelos. Ele a arrastou até um lugar onde a menina pudesse vê-la. Feliz por ter ajudado, o cocô ficou ali do lado, esperando um agradecimento.
— Olha, Alice! Achei a sua boneca, mas credo… ela está suja de cocô! — Disse a amiga.
— Que nojo! Eu gostava tanto dessa boneca, mas agora deixa ela pra lá. Vou pedir para minha mãe comprar outra. Vamos!
As duas meninas foram embora e o cocô ficou chateado.
— Que ingrata! Mas encontrarei outro alguém que queira a minha ajuda! — Pensou o cocôzinho.
O cocô caminhou mais um pouco e encontrou um menino, que estava sentado em uma pedra, chorando.
— Esse menino está muito triste e quando estamos tristes, gostamos de receber um abraço. Eu vou lá com ele — falou o cocô para si mesmo.
O cocô subiu na pedra e deu um abraço na perna do menino.
Ao sentir que havia encostado em um cocô, o menino deu um pulo.
— Ai, que nojo! Hoje é o meu dia mesmo! Além de tudo, ainda me sujei de cocô! Buáááá!
O menino foi embora correndo e o cocô ficou triste.
— Não adianta! Nada que eu faço, faz os outros gostarem de mim! — Lamentou o cocô, enquanto descia da pedra.
Nesse momento, ele sentiu uma porção de terra cair sobre ele.
— Mas o que é isso? — se assustou o cocô.
Um gato respondeu:
— É terra!
— Mas por quê?
— Porque você é um cocô. Nós gatos somos muito limpos e toda vez que vemos um cocô, nós o enterramos, para não o vermos mais e nem sentir mais esse fedor horrível! Agora seja um bom cocô e fique quietinho, enquanto eu enterro você!
O cocô ficou tão assustado com aquilo, que saiu correndo dali. O gato o perseguiu, mas como todo gato, ficou com preguiça e desistiu.
Depois de se afastar do gato, o cocô se escondeu atrás de uma planta e chorou.
— Não adianta! Ninguém quer minha ajuda só porque eu sou um cocô. Como é triste ser um cocô!
A planta ouvindo o choro e a lamentação do cocô, falou:
— Olá, seu cocô! Não pude deixar de ouvir você e quero dizer que estou precisando de uma ajuda sua!
— Você quer a minha ajuda?
— Sim! Você pode notar que eu estou um pouco murcha. É porque me falta adubo. E você é um cocô e todos os cocôs são excelentes adubos para as plantas!
— Sério? Você acha que eu sou excelente? Como faço para ajudar você?
— Você só precisa se deitar no meu pé, que você vai estar me adubando!
E assim, o cocô se deitou no pé da planta e, em pouco tempo, a planta ficou bonita, cheia de vida e dela desabrocharam várias flores cheirosas. O perfume delas era tão gostoso, mas tão gostoso de sentir, que todos que passavam por ali, paravam para cheirá-las.
E ninguém imaginava que todo aquele perfume e beleza só foram possíveis graças à ajuda do cocô.

— Mas o que é isso? — se assustou o cocô.
Um gato respondeu:
— É terra!
4 comments
ibrenman
Teacher PlusHi, Scallop.
First of all, thanks for sharing your story with us.
I'm sure little kids: 2, 3, 4 years old will love this story. Eschatology is part of early childhood life and there are many works that touch on these themes. My first suggestion is to find out if anyone has already written a text with this approach, I know some Brazilian and foreign books that have "poop" as a central theme, but I don't remember any that "poop" itself is the main character, it needs to look. Another thing, this type of text is within a niche in the publishing market, many publishers do not publish eschatological stories, this restricts their publishing options a little, but that never discouraged me. I think the text could grow a little more, develop the narrative and the conflict more, but I say again, this theme is guaranteed success with the little ones.
Hope this helps.
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vieira.ademar
@ibrenman Thank you so much, Ilan for your feedback. As I already have the illustrator for the project, I'm really interested in tweaking the text to present to publishers who might be interested in the topic.
Questions: 1 - Can I rework the text and present it again for a second evaluation?
2 - To present the project to a publisher, is it necessary to write the entire book or just the final text with some illustrations?
Thanks for listening
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ibrenman
Teacher PlusHi, Scallop.
It was a pleasure to give this feedback.
As the volume of final projects grows, I need to give priority to whoever sent the text for the first time.
You don't need to send the finished book to the publisher, the entire text does, but the illustrations don't. Make the cover and 2, 3 more illustrations.
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vieira.ademar
@ibrenman I see, professor! I believe the adjustments are few. I'll let the story rest a little longer and go back to tinkering with it keeping in mind what you pointed out to improve. Thank you so much for the clarifications. Let's get on with the work!
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